Hacker suspeito de atacar TSE diz que realizou ação com apenas um celular
Investigações também vão apurar relação com bolsonaristas

Foto: Reprodução/Olhar Digital
Os ataques cibernéticos ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), no último domingo (15), teriam partido de um hacker português em prisão domiciliar. Uma das linhas de investigação indica a possibilidade de envolvimento de extremistas ligados a apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O jornal O Estado de São Paulo (Estadão) conversou por e-mail com o invasor conhecido como Zambrius, que disse ter agido sem ajuda, de Portugal, munido apenas de um celular.
“Eu realizei tudo sozinho”, afirmou ele. “Estou sem computador. Se o tivesse, acredite que o ataque teria um impacto muito maior”. Ao contrário do que difundiram as redes sociais bolsonaristas, as ações do hacker (que afirma ter feito todo o ataque em Portugal) não provocaram impacto no processo de votação.
O invasor afirmou ainda que os dados roubados do TSE não têm ligação com o resultado das urnas. Aos 19 anos, Zambrius se define como um viciado em explorar vulnerabilidades. Diz que só atacou o TSE porque a Corte declarou ter reforçado a segurança após a invasão a domínios do STJ (Superior Tribunal de Justiça).
Os indícios de elo de Zambrius com os extremistas brasileiros estão sob análise de investigadores do Ministério Público Federal e de técnicos do TSE. As suspeitas são reforçadas em dois pontos: o histórico de atuação do hacker, líder do grupo denominado CyberTeam, e o modus operandi na internet de radicais, no Brasil, especialistas em tecnologia da informação.