• Home/
  • Notícias/
  • Economia/
  • Haddad preocupa-se com projeto que dá ao Congresso poder para demitir diretores do BC

Haddad preocupa-se com projeto que dá ao Congresso poder para demitir diretores do BC

Ministro da Fazenda defendeu que autarquia tenha autonomia administrativa

Por Da Redação
Às

Atualizado
Haddad preocupa-se com projeto que dá ao Congresso poder para demitir diretores do BC

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), disse nesta quarta-feira (3) que vê com preocupação o projeto do Congresso Nacional que transfere ao Legislativo o poder para demitir diretores do Banco Central, autarquia que possui, entre outras competências, controle da inflação no Brasil.

Nesta semana, líderes de partidos na Câmara dos Deputados assinaram um pedido de urgência para um projeto de lei que garante ao Legislativo definir a demissão de diretores do BC. A solicitação foi apresentado pelo deputado Claudio Cajado (PP-BA).

"[Vejo] com preocupação, porque não foi conversado conosco, com o governo de uma maneira geral. E eu imagino que nem com o Banco Central (...) Eu realmente não vejo nenhuma razão para esse projeto, não vejo nenhum motivo para ele caminhar", disse o ministro à imprensa.

Haddad também defendeu que o Banco Central passe a ter autonomia administrativa, mas que não passe a ser uma pessoa jurídica de direito privado, de acordo com a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 65, de 2023.

"Penso que o BC tem de ter orçamento próprio para fazer frente a despesas que hoje ele não tem orçamento para fazer, dentre as quais o fortalecimento da parte regulatória. O BC autorizou um sem numero de instituições financeiras que não estão sendo supervisionadas, o que é grave do ponto de vista dos golpes que estão surgindo. E a infraestrutura do PIX, são duas coisas que merecem muita atenção e apoio da área econômica", afirmou Haddad.

O ministro disse também que o Banco Central tem de seguir dentro do setor público.

"Um serviço público, virar para o direito privado? Com que finalidade, para furar o teto do funcionalismo público? Não faz sentido. Já estamos indo bastante longe da maneira correta, mas não vamos fazer dessa pauta institucional, uma pauta corporativa'", afirmou o ministro.

O Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinai) se manifestou contrário a transformação da autarquia em uma pessoa jurídica de direito privado.

"A eventual transformação do Banco Central em entidade de direito privado fragilizaria a autoridade monetária, tornando-a mais suscetível a pressões de grupos econômicos. Essa vulnerabilidade comprometeria sua capacidade de organizar, regular e fiscalizar o sistema financeiro nacional com a necessária isenção, justamente quando cresce a complexidade de crimes como a lavagem de dinheiro via fintechs", disse o sindicato, através da nota.

Acordo entre Mercosul e União Europeia

Questionado sobre a aprovação, pela Comissão Europeia, do acordo comercial com o Mercosul, que agora passará por análise pelo Parlamento e pelos países que integram o bloco, o ministro Fernando Haddad disse que a expectativa é de que o pacto possa ser encerrado até o fim de 2025.

"Eu estou muito confiante, sobretudo à luz do que está acontecendo no mundo. A União Europeia tem todas as razões do mundo para fechar acordo com o Mercosul e o Mercosul com a União Europeia. Até por razões geopolíticas. Distensionar essa tensão, em parte artificial que está sendo criada com Oriente, de uma maneira geral, seria uma boa notícia para o mundo que a América do Sul. Eu vejo com muito bons olhos e acredito que a Europa vai caminhar nessa direção", afirmou Haddad.

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie:redacao@fbcomunicacao.com.br
*Os comentários podem levar até 1 minutos para serem exibidos

Faça seu comentário