Hamilton Assis diz que programa Bahia pela Paz não muda índices de letalidade policial
Para vereador, governo da Bahia precisa mudar política de enfrentamento ao crime nas favelas

Foto: Farol da Bahia
O vereador Hamilton Assis (Psol) criticou o programa Bahia pela Paz na quarta-feira (2), durante conversa com a imprensa na Câmara de Salvador. Segundo ele, a iniciativa do governo Jerônimo Rodrigues (PT) não é suficiente para mudar a realidade da juventude negra periférica, principal vítima da letalidade policial no estado.
“O programa até apresenta elementos que consideramos relevantes do ponto de vista da atenção social, mas o central da segurança é a política em relação às ações policiais nos bairros periféricos da nossa cidade. É isso que a periferia está clamando do governador, pois me parece que, nesse aspecto, ele não mudou nenhuma vírgula”, afirmou.
Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2024 mostram que, em números absolutos, a Bahia registra o maior número de mortes cometidas por policiais (1.556), quantidade superior à soma dos casos em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Diante desse cenário, Hamilton defende que o programa repense formas de atuação policial nas favelas de Salvador que não se baseiem na “perspectiva violenta da guerra às drogas”.
O vereador destacou ainda que os dados revelam uma contradição em relação ao objetivo do programa, lançado com a proposta de reduzir a violência letal contra jovens negros e moradores de periferia.
“A letalidade policial tem vitimado a juventude negra. Quantas interrupções de sonhos ainda vão acontecer até que a gente pare com essa política? Há uma concepção sobre o modelo de intervenção da Polícia Militar que precisa ser revista, esse é o debate que queremos fazer”, concluiu.
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