Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), autoridade de saúde dos EUA, afirmaram que o risco de transmissão de Covid-19 por superfícies é muito pequeno. Segundo eles, a chance de transmissão aérea é mais preocupante, e as pessoas que desinfetam as superfícies em grande frequência podem estar fazendo mais mal do que bem.

“O CDC determinou que o risco de transmissão por superfície é baixo e secundário às rotas primárias de transmissão do vírus, que são gotículas e aerossóis”, disse Vincent Hill, chefe da Divisão de Prevenção de Doenças Transmitidas pela Água em uma teleconferência dos CDC. 

De acordo com Hill, o risco de transmissão ao entrar em contato com uma superfície aumenta em locais fechados. Ao ar livre, o sol e outros fatores podem acabar com o vírus. Nas superfícies porosas ele pode morrer “rapidamente”, mas conseguem persistir por mais tempo em superfícies internas duras.

Ainda segundo a pesquisa, a transmissão por superfície pode ocorrer nas primeiras 24 horas após uma pessoa ser infectada, e que a presença de uma pessoa com Covid-19 apresenta taxas menores de transmissão quando suas superfícies são desinfetadas. 

Sendo assim, mesmo que as superfícies mantidas limpas não seja uma perda de tempo, essa não é a única nem a mais importante maneira de reduzir os riscos, como informa os CDC. A autoridade americana mudou seu guia para limpeza e desinfeção de superfícies em ambientes públicos em razão das novas avaliações.

“Na maioria das situações, limpar as superfícies com sabão ou detergente, em vez de desinfetar, é suficiente para reduzir o já baixo risco de transmissão do vírus através das superfícies”, disse Hill. “Geralmente, não é necessário desinfetar as superfícies, a menos que uma pessoa com Covid-19 tenha estado na casa nas últimas 24 horas.”

Hill também destacou que a limpeza deve ser feita em áreas de toque frequente, como maçanetas e interruptores de luz. As pessoas que utilizam produtos de limpeza domésticos também podem ter consequências perigosas no caso de uso inadequado. 

A desinfecção constante das superfícies podem apresentar um impacto mínimo na transmissão viral e contribuir para o “teatro da higiene”. Segundo ele, a limpeza frequente “pode ser usada para dar às pessoas uma sensação de segurança, de que estão sendo protegidas do vírus, mas pode ser uma falsa sensação de segurança se outras medidas preventivas, como o uso de máscaras, o distanciamento e a higiene das mãos não são feitos de forma consistente.“