IBGE: Emprego informal dobra no Brasil nos últimos seis anos
Quase 32 milhões de brasileiros trabalham menos do que gostariam ou estão desocupados
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que o ritmo na criação de empregos informais dobrou no Brasil nos últimos seis anos. Além disso, tem sido a principal marca da medíocre recuperação econômica desde 2017. De um total de 89 milhões de ocupados, 36,3 milhões são informais.
Conforme o órgão, eles representam hoje 4 em cada 10 ocupados. Sem nenhuma proteção trabalhista, são informais os sem carteira (no setor privado e doméstico) e os sem CNPJ (empregadores ou empregados por conta própria).
De acordo com a FGV Social, nos últimos anos, milhões de brasileiros que estudaram mais visando aumentar a renda acabaram na informalidade, subutilizados ou desempregados. Apesar do aumento de 27% nos anos de estudo na metade mais pobre do país, sua renda caiu 26,2% em dez anos.
Segundo o IBGE, quase 32 milhões de brasileiros trabalham menos do que gostariam ou estão desocupados. Os desempregados equivalem à população combinada de São Paulo e Curitiba (14,1 milhões). Entre eles, há quase 4 milhões que não encontram oportunidades há mais de dois anos -o dobro em relação ao início de 2016.
Nesse caso, o prognóstico é muito negativo para o aumento da produtividade da economia via capital humano, pois esses trabalhadores tendem a se desatualizar e ter dificuldades de readaptação à frente.
Embora a economia deva recuperar neste ano o terreno perdido em 2020, o emprego informal deve seguir predominando, pois não haverá crescimento adicional significativo.