Iedi: Mercado de trabalho segue apresentando sinais de melhoras, mas guerra pode mudar cenário
Relatório pondera sobre os impactos do conflito da Ucrânia para os trabalhadores brasileiros

Foto: Tania Rego/Agencia Brasil
Segundo um relatório do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), divulgado recentemente, o mercado de trabalho começou 2022 mantendo sinais de melhora, no entanto, com a guerra na Ucrânia o cenário poderá mudar. O estudo pondera os possíveis impactos do conflito no Leste da Europa para os trabalhadores brasileiros.
Na pesquisa, o Iedi afirma que, mesmo com fragilidades, a redução do número de desempregados, o aumento da ocupação e a aceleração da criação de empregos formais seguem positivos no país.
“Se todas estas conquistas irão ter continuidade em um contexto de grande incerteza e ante os efeitos econômicos derivados da guerra da Ucrânia, ainda não se sabe. Contudo, a contar pelo impacto sobre preços internacionais de commodities, já se pode esperar algum prejuízo para a evolução da renda real da população e, provavelmente, sobre a massa salarial”, aponta o relatório.
Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgados nesta sexta-feira (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam que a taxa de desemprego no país ficou em 11,2% no trimestre encerrado em janeiro de 2022, ante 12,1% no trimestre móvel anterior (encerrado em outubro) e 14,5% em igual período do ano passado.
Além disso, na comparação com o trimestre anterior, o número de desempregados caiu 6,6% para 12,048 milhões de pessoas, já o pessoal ocupado subiu 1,6%, para 95,4 milhões.
Segundo o Iedi, o número da população ocupada pelo setor formal,/ especialmente pela indústria, também aumentou. Já o número de trabalhadores do setor privado com carteira assinada teve crescimento de 2% no trimestre encerrado em janeiro, frente ao trimestre anterior, para 34,556 milhões, com mais 681 mil pessoas.
Em setores da atividade econômica, o maior crescimento para a população veio do comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas, segundo o IBGE, que apresentou alta de 2,4%, ou 436 mil pessoas a mais.
Os crescimentos de alojamento e alimentação (4,1%, ou mais 206 mil pessoas), informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (2,1%, ou mais 239 mil pessoas) também aumentaram consideravelmente.
A indústria, por sua vez, apresentou um crescimento de 0,9%, com diferença de 113 mil pessoas. Agora, o número é de 12,354 milhões de trabalhadores.
“Contribuindo para esta evolução favorável do emprego formal está o desempenho da ocupação no setor industrial que, como se sabe, é mais formalizado do que outras atividades econômicas. A criação de vagas na indústria, embora não seja a que mais avança entre os setores, vem mostrando aceleração, tal como o emprego com carteira de modo geral”, explicou o relatório.