Imposto de Renda defasado tira R$ 149 bilhões da população em 2022
Levantamento foi feito pela Unafisco

Foto: Reprodução / Agência Brasil
Por conta da defasagem na tabela do IRPF (Imposto de Renda da Pessoa Física) a Receita Federal irá cobrar da população no próximo ano, R$ 149 bilhões acima do que seria devido caso os números fossem reajustados integralmente pela inflação desde 1996, foi no segundo ano do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) que a atualização anual deixou de ser feita.
A Unafisco (Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal), autora do levantamento, calcula ser necessário promover uma correção da tabela a partir daquele ano. A defasagem da tabela afetará, em 2022, em especial 15,1 milhões de pessoas de menor renda. Essa parcela da população poderia estar livre da tributação caso a faixa salarial tivesse sido atualizada.
Após a gestão FHC, a correção passou a ser feita de maneira inconstante, como em 2002 e, nos governos do PT, entre 2005 e 2015 -último ano em que houve reajuste.
Conforme a Unafisco, a defasagem acumulada no período passa de 130% em toda a tabela.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) prometeu na campanha elevar a faixa de isenção para R$ 5.000. Porém, disse depois que não seria possível aplicá-la. A tabela não foi corrigida nenhuma vez na atual gestão.
De acordo com a Unafisco, essa situação penaliza mais quem ganha menos. "Quem tem renda mais baixa vai pagar um imposto que não deveria estar pagando", disse Mauro Silva, presidente da entidade.