Mesmo com propagação da Ômicron, setor de turismo prevê recuperação

Especialistas apontam o cancelamento das festas públicas de réveillon como fator positivo para alguns empreendimentos, como resorts

Por Da Redação
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Mesmo com propagação da Ômicron, setor de turismo prevê recuperação

Foto: Pixabay

Diante da rápida propagação da nova variante do coronavírus, a Ômicron, o setor de turismo entrou em modo de alerta. No entanto, ainda há a esperança de recuperação, devido ao avanço na vacinação que pode levar os brasileiros à retomada das viagens. 

Nos resorts, por exemplo, a expectativa é que uma suspensão de festas de réveillon por várias cidades possa até favorecer alguns empreendimentos. “Os cancelamentos das festas públicas de ano novo provocam uma demanda inversa, tirando [turistas] do lugar público e levando para privados e mais preservados”, disse Sérgio Souza, presidente da Resorts Brasil.

Ainda segundo Souza, há requisitos lotados para o fim do ano. “Hoje, temos uma ocupação média no Brasil entre 60% e 70%”, disse, ponderando que ainda há desafios a serem superados.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (Abih Nacional), Manoel Linhares, também demonstra otimismo quanto às expectativas sobre o turismo no Brasil. Ele disse que a retomada continua e os empreendimentos avançam nos preparativos para as festividades de ano novo com foco em festas privadas. A alta do dólar, segundo ele, tem colaborado para o turismo local, uma vez que ficou caro viajar para fora.

Antes atrasado na vacinação, o Brasil agora desponta anterior da resistência à vacina em muitas nações do mundo afora. Por aqui, o país se aproxima dos 70% da imunização total e quase 10% da população tomada uma dose de reforço. No total, quase 80% da população tomou ao menos uma dose.

Magda Nassar, presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav), ressaltou que há hoje um forte interesse dos brasileiros por viagens. “Ter as grandes festas de réveillon é sempre um atrativo. Mas o grande interesse hoje são viagens de famílias e em grupo. Dentro desse segmento, parte pequena vai para festas gratuitas e populares da cidade, mas não são o grande foco de viagem", disse Nassar.

A presidente da Abav também destacou que todo o setor de turismo tem critérios rígidos para conseguir se manter atrativo mesmo nesse momento de incertezas. Quando questionada sobre a possibilidade de cancelamento de eventos no carnaval, Nassar salientou que o brasileiro tradicionalmente deixa tudo para a última hora. “O carnaval, para a era de pandemia, está muito distante.”

Um dos segmentos mais prejudicados da cadeia de turismo durante uma pandemia foi o de eventos, cuja liberação começou a chegar somente após o segundo semestre deste ano. Conforme dados da Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (Abrape), o setor faturou R $ 270 bilhões em 2019, montante que caiu 33% no ano passado - os negócios foram parcialmente sustentados pelos dois primeiros meses do ano, antes da Covid-19 tomar conta do país. No total, cerca de 350 mil eventos acontecem em 2020.

Segundo o presidente da Abrape, Doreni Caramori Júnior, as empresas do setor estão se sentindo mais tranquilas em programar eventos com a abertura gradual das cidades. “Mas o setor está sofrendo muito com a insegurança nos últimos 15 dias [ômicron e suspensão de festas públicas de réveillon]. Temos vários eventos privados que vão ser cancelados em função de não ter público ”, disse. Ele lembrou que o setor é muito grande e apenas uma parcela conseguiu fazer vendas antecipadas.

Caramori disse que, até o momento, não há sinalização de impedimento aos eventos privados. No Rio de Janeiro, depois de indefinições acerca do ano novo, a prefeitura decidiu liberar 10 pontos de queima de fogos - Copacabana entre eles.

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