Inadimplência sobe pelo 2º mês e atinge mais de 30% das famílias de Salvador
São mais de 290 mil famílias que deixaram de pagar uma dívida até a data de vencimento

Foto: Arquivo/Agência Brasil
Uma pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, da Fecomércio-BA, mostrou que 31,3% das famílias de Salvador estão com contas em atraso. Em termos absolutos, são 291,8 mil famílias que deixaram de pagar a dívida até a data do vencimento. Esse é um aumento de 63 mil em relação ao mesmo período de 2021.
O endividamento subiu pelo segundo mês seguido. Para março, a taxa foi de 69% ante os 68% vistos em fevereiro. Há um ano, o percentual era de 60,2%.
Outro dado divulgado visto como preocupação é a taxa de famílias que já dizem que não conseguirão pagar a dívida em atraso, de 10,9%, o nível mais alto desde dezembro de 2020. “São pouco mais de 100 mil famílias na capital baiana que estão nessa situação mais delicada”, salienta o consultor econômico da Fecomércio-BA, Guilherme Dietze.
São 86,1% das famílias que estão endividadas na modalidade cartão de crédito. Em seguida, aparecem os carnês, com 13,1%, aumentando significativamente em relação aos meses anteriores.
“E não há dúvida de que a inflação é a grande vilã do orçamento das famílias. O IPCA, inflação oficial, na RMS, sobe 11,33% no acumulado dos últimos 12 meses até fevereiro, taxa mais alta que a do Brasil (10,54%) e de capitais do Nordeste, como Recife (10,53%) e Fortaleza (10,25%)”, destaca o economista da Federação.
Além disso, o acréscimo dos preços dos fertilizantes, do trigo, soja, milho, entre outros produtos agrícolas, devem pressionar os custos no campo e, por consequência, pesará no bolso do consumidor.
“Diante de mais um ciclo de aumento de preços, sobretudo nos grupos que mais pesam no orçamento das famílias, alimentação e transportes, as famílias precisarão complementar a sua renda com crédito, mesmo com a taxa de desemprego na Bahia em 17,3%, ou 1,24 milhão de pessoas a procura de um emprego no estado”, considera o economista.


