Independentes surpreendem políticos tradicionais com votação expressiva na eleição para constituinte do Chile
Bloco de direita ficou aquém do esperado com pouco mais de 20% dos votos

Foto: Reprodução / Rede Brasil Atual
Nas eleições do fim de semana do Chile, candidatos independentes surpreenderam os partidos tradicionais e conquistaram mais de 30% dos votos, o que significa que representam o bloco dominante da assembleia constituinte que vai redigir a nova Carta Magna do país.
O resultado provoca um desconcerto na política tradicional do país, que foi incapaz de canalizar as demandas sociais que a população reivindicou nas ruas a partir de 18 de outubro de 2019 e que encontraram eco em vários candidatos independentes, incluindo ativistas sociais, professores, escritores, jornalistas ou advogados.
Com mais de 96% das urnas apuradas, dos 155 cidadãos eleitos como constituintes, pela primeira vez de forma paritária e com a inclusão de 17 cadeiras reservadas para representantes dos povos indígenas, as duas listas que aglutinam candidatos que vão da centro-esquerda ao Partido Comunista, 'Lista del Apruebo' e 'Apruebo Dignidad', registram 34,2% dos votos.
A lista unificada da direita, “Vamos por Chile”, recebeu 23,9%, um resultado abaixo do esperado, pois o grupo acreditava que teria ao menos um terço dos representantes na Convenção.
De acordo com uma projeção preliminar, a taxa de participação ficou próxima de 37% dos 14,9 milhões de eleitores,
Para a aprovação dos artigos da nova Constituição serão necessários os votos de dois terços da Convenção.
Como saída democrática após semanas de protestos, incluindo alguns muito violento, a decisão para mudar a Constituição foi estabelecida em novembro de 2019, quando quase toda a classe política do Chile aprovou um plebiscito. A que prevalecia no país até então era a herdada da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).