Índice que reajusta contrato de aluguel deve fechar o ano em 20%, diz FGV

IGP-M registrou leve queda em setembro

Por Da Redação
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Índice que reajusta contrato de aluguel deve fechar o ano em 20%, diz FGV

Foto: Getty Images

Dados da Fundação Getulio Vargas (FGV), divulgados nesta quinta-feira (30), mostram que o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), indicador utilizado para reajustar os contratos de aluguel, caiu 0,64% no mês de setembro. A queda, no entanto, não deve permanecer nos próximos meses, e a previsão é que o índice feche o ano em torno de 20%. 

De acordo com especialistas, a leve queda foi influenciada pelo preço da commodity minério de ferro, que nos últimos dias caiu cerca de 20%. É uma mercadoria que tem peso muito grande no Índice de Preços por Atacado (IPA), o índice carro-chefe do IGP-M, e por não ser um recuo generalizado, segundo a FGV, não deve ficar em terreno negativo por muitos meses.

A variação negativa do IGP-M em setembro foi pontual, e não generalizada, de acordo com o economista e coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC)-FGV, André Braz. Para ele, o motivo é simples: já há um sinal de recuperação do preço no mercado internacional do minério de ferro. "Em outubro, o IPA já deve registrar alguma alta, devolvendo parte dessa queda”, disse;

Além disso, o economista afirma que, apesar de não ser uma tendência de queda, o IGP-M deve continuar desacelerando "porque no ano passado nós tivemos uma desvalorização cambial e aumento de commodities muito mais forte do que o registrado agora". "Nós vamos substituir um ano de inflação de peso por um ano de inflação mais baixa. A previsão é que o IGP-M feche em torno de 20%, o que continua alto se considerarmos que o IPC, que é parecido com o IPCA do IBGE, pode terminar o ano a 9%. Então haverá uma diferença muito grande entre a inflação da indústria e do agronegócio e a das famílias", explicou.

Imóveis e IPCA

Mais de 60% dos acordos de locação firmados desde novembro de 2020 na Quinto Andar, startup de tecnologia que aluga e vende imóveis residenciais, têm como correção o Índice de Preços para o Consumidor Amplo (IPCA). Atualmente a Quinto Andar tem 120 mil contratos vigentes, entre velhos e novos , tendo o IPCA como indexador. Por mês, quase 11 mil acordos são fechados pela companhia com o mesmo indicador.

O Grupo Lello, administradora de condomínios e imóveis, também vem utilizando o IPCA como indexador dos contratos de aluguel desde janeiro deste ano. Moira Toledo, diretora de risco e governança, diz que ao propor a alteração a companhia só teve retorno positivo de ambas as partes.

Segundo levantamento feito pela Lello, entre outubro de 2020 e julho deste ano:

• 30,64% dos contratos de aluguel não foram reajustados;
• 31,67% dos acordos foram corrigidos pelo IPCA;
• 29,91% optaram por um reajuste alternativo entre IPCA e IGPM; e
• 7,95% optaram pelo reajuste integral pelo IGP-M.
 

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