Indústria recua pelo 4º mês seguido, com produção alimentícia afetada pelo veto à exportação de carne
Resultado coloca setor em um patamar mais abaixo do que no período pré-pandemia

Foto: Airam Dato-on/Pexels
A Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada pelo IBGE nesta quinta-feira (4), mostrou que a produção industrial recuperou 0,4% em setembro na comparação com agosto. Este é o quarto mês seguido que o setor apresenta retração. A redução, desta vez, foi puxada pelo setor de alimentos, afetado pelo veto da China à carne bovina brasileira e pelo clima.
Esse resultado coloca a indústria em um patamar mais abaixo do que no período antes da pandemia, embora acumule a expansão de 6,4% nos 12 meses encerrados em setembro.
André Macedo, gerente da pesquisa, explica que o setor de alimentos teve desempenho ruim devido às condições climáticas, que afetaram a produção de cana-de-açúcar, por exemplo, e a suspensão da importação de carne pela China.
A suspensão de compra da carne brasileira pelo país chinês ocorreu no início de setembro, após a identificação de casos ocorridos do mal da vaca louca. Até o momento, a China não retomou as importações e tampouco deu sinal de quando voltará a comprar a carne brasileira. Isso indica que a produção de alimentos deve continuar a ser afetada. O Brasil é o maior exportador de carne bovina do mundo, e a China é uma das principais compradoras.
O mau desempenho da indústria de alimentos contribui para os baixos indicadores da indústria e do comércio, corroborando assim, com a última projeção da economia feita pelo Banco Central que deixou de projetar uma "recuperação robusta" da atividade no segundo semestre deste ano.