Inep anula três questões do Enem 2025 e aciona PF após suspeita de antecipação de conteúdos
Órgão aponta “similaridades pontuais” em publicações nas redes e determina investigação

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) anunciou que três questões do Enem 2025 serão anuladas após a identificação de conteúdos semelhantes circulando na internet antes da aplicação da prova. A autarquia também acionou a Polícia Federal para investigar a origem das publicações e eventuais responsabilidades.
Em nota, o órgão afirmou que "ao identificar relatos de antecipação de questões similares às do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025, a equipe técnica que faz parte da comissão assessora responsável pela montagem das provas analisou as circunstâncias e decidiu, com base em informações sobre a montagem do teste, pela anulação de três itens aplicados na prova."
O Inep reforçou que nenhuma pergunta foi divulgada exatamente como apareceu na avaliação. Segundo a instituição, "nenhuma questão foi apresentada tal qual na edição de 2025 do exame", destacando que as coincidências observadas nas redes se tratam de “similaridades pontuais”.
A autarquia explicou ainda que o Enem utiliza a Teoria da Resposta ao Item (TRI), metodologia que exige pré-testagem das questões, prática que, segundo especialistas, pode ter facilitado que criadores de conteúdo tivessem contato com versões antigas desses itens.
A PF foi acionada para "apurar a conduta e autoria na divulgação das questões e garantir a responsabilização dos envolvidos por eventual quebra de confidencialidade ou ato de má-fé pela divulgação de questões sigilosas de forma indevida", segundo o comunicado.
A polêmica ganhou força após vídeos de influenciadores viralizarem. Um deles, o estudante de medicina cearense Edcley Teixeira, que se apresenta como “mentor” de estudos — apareceu resolvendo um exercício de matemática dias antes do exame, semelhante a um dos itens depois aplicados. Outro perfil, conhecido como “Adivinhador do Enem”, chegou a declarar em uma publicação que queria "testar os limites" do Inep e perguntou se o órgão iria "correr atrás" dele, alimentando especulações.
As suspeitas intensificaram o debate sobre a integridade do exame e levantaram questionamentos sobre o acesso prévio a materiais do Banco Nacional de Itens. O Inep afirmou que protocolos de segurança foram seguidos em todas as etapas e que segue aprimorando mecanismos de proteção e calibração das questões.


