Inflação da cesta básica chega a 12,67% e fica acima do IPCA
No acumulado de 12 meses, o IPCA teve avanço de 10,54%

Foto: Agência Brasil
A inflação dos alimentos que compõem a cesta básica alcançou o acumulado de 12,67% no acumulado de 12 meses - considerando até o mês de fevereiro deste ano. Os dados são de um estudo produzido por docentes de Economia da PUC-PR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná).
Com o resultado, o indicador ficou acima do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Desde outubro do ano passado que isso não ocorria. Considerando o acumulado de 12 meses - até o mês de fevereiro de 2022 - o IPCA teve avanço de 10,54%.
De acordo com o economista e professor do curso de economia da PUC-PR, Jackson Bittencourt, "toda a população é afetada pela alta dos alimentos que compõem a cesta básica. As pessoas querem comprar produtos como café, açúcar, pão e carne. Mas são as classes com renda mais baixa que sofrem mais com uma inflação tão alta", diz.
O indicador da cesta básica é composto pela variação de 13 alimentos e passou a ser divulgado pela PUC-PR ao longo do segundo semestre de 2021. Os registros dessa série iniciaram em setembro ao ano passado. Naquele mês, a inflação estava ainda maior do que em fevereiro de 2022 - acumulava o percentual de 15,96%. Já o IPCA estava em 10,25%.
Nos meses consecutivos, os percentuais foram invertidos. O indicador que mede a inflação da cesta básica perdeu fôlego e diminuiu, sendo ultrapassado pelo IPCA a partir de novembro.
Mas os novos indicadores, deste ano, mostrou que, novamente, a inflação da cesta básica atingiu patamar maior que o IPCA ao ganhar mais força em fevereiro.
Cesta básica sobre 2,02% em fevereiro
Sob o recorte mensal, a variação da cesta básica subiu 2,02% no mês de fevereiro. Apesar de ser menor que o percentual de janeiro (2,27%), a alta correspondeu ao dobro do IPCA de fevereiro que somou 1,01%.
De acordo com o estudo da PUC-PR, o preço dos 13 alimentos que compõem a cesta básica subiram em fevereiro. As maiores altas ficaram com a batata inglesa (23,49%) e o feijão carioca (4,77%).
Ao considerar o acumulado de 12 meses, a maior alta foi do café em pó: 61,19%, seguido pelo açúcar cristal (36,30%). Ambos os produtos tiveram a produção prejudicada pela crise híbrida e por geadas, no ano passado.
Neste ano de 2022, o clima voltou a afetar as plantações e fez com que os preços dos alimentos fossem pressionados mais ainda. Enquanto municípios do Sudeste registraram excesso de chuva, o Sul amarga período de seca.