INSS pagou benefícios a mais de 20 mil mortos em 2019, segundo a CGU
Em 2019, o prejuízo da Previdência é estimado em R$ 323 milhões

Foto: Reprodução/Agência Brasil
Uma auditoria feita pela Controladoria-Geral da União (CGU), à qual o site Metrópoles teve acesso, identificou que o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) estaria pagando benefícios previdenciários a 20.104 mortos. O relatório foi produzido com base em informações levantadas em janeiro do ano passado junto ao Sistema Informatizado de Controle de Óbitos (Sisobi). Em 2019, o prejuízo da Previdência é estimado em R$ 323 milhões.
Essa auditoria foi publicada no mês de junho de 2019. Entretanto, em atualização feita em novembro de 2020, quase um ano e meio depois, o INSS informou à CGU que, desse total, foram cessados 9.996 benefícios pagos a falecidos. O restante, segundo a autarquia, ainda não foi interrompido (apesar de bloqueado), tendo em vista a verificação de homônimos, o que poderia significar erro na análise feita pela controladoria.
Foi dessa forma que os 20.104 benefícios pagos mensalmente a pessoas que constavam como falecidas, com data de óbito anterior à data de pagamento foram descobertos. No relatório, a Controladoria-Geral da União destacou, ainda, que a fragilidade vem sendo apontada desde 2005 pela auditoria interna do INSS e por outros órgãos de controle. “Os fatos descritos demonstram fragilidade no processo de manutenção de benefícios previdenciários, naquilo que diz respeito ao não cancelamento do benefício de segurados falecidos”, diz trecho do documento da CGU.
Procurado pelo site, o INSS confirmou que a CGU realizou levantamentos junto ao Sisobi e apontou o indício de que 20.104 pessoas estariam falecidas, por aproximação de nome e número de documento da certidão de óbito. “Os benefícios que não foram cessados se referem, em sua maioria, a homônimos, e, nessas situações, o INSS não pode cessar imediatamente os benefícios”, declarou a autarquia.