Investigação aponta que vereador preso na Bahia lavava dinheiro com laranjas e empresas de fachada
Ailton Leal (PT) foi preso na quarta-feira (24), em Santo Estevão
Foto: Reprodução/Redes Sociais
O vereador Ailton Leal (PT), da cidade de Santo Estevão, preso na quarta-feira (25), lavava o dinheiro da movimentação do tráfico de armas e drogas através de contas de laranjas e empresas de fachada. As informações são da Polícia Civil, que aponta que ele é integrante de um grupo criminoso.
As investigações, iniciadas no ano de 2023, identificaram que a organização movimentou dinheiro de tráfico de armas e drogas através de contas de laranjas e empresas de fachada, estratégia utilizada para camuflar as transferências e origem ilegal do dinheiro. O grupo teria movimentado cerca de R$ 4,3 bilhões nas práticas criminosas.
Iniciada pela PC, a investigação conta com participação da Secretaria da Fazenda e a Agência Nacional do Petróleo, devido à suspeita de sonegação fiscal nos negócios usados para lavar dinheiro.
Até o momento, já foram cumpridos sete mandados de prisão temporária e registradas três prisões em flagrante. As identidades dos demais presos não foram divulgadas. A operação também foi responsável pela apreensão de cinco armas de fogo, uma artesanal, 10 carro, duas motocicletas, mais de R$ 20 mil em espécie, além de joias, eletrônicos e documentos.
Movimentação financeira do grupo criminoso ultrapassa R$ 4,3 bilhões
As apurações da "Operação Anátema" que têm como alvo o grupo criminoso identificaram conexões interestaduais e internacionais atribuídas aos criminosos. Na Bahia, os mandados contra o grupo foram cumpridos em Feira de Santana, Santo Estevão, Salvador, Jaguarari e cidades da região metropolitana. Enquanto os demais foram cumpridos em Minas Gerais, Santa Catarina e Paraná.
As práticas criminosas do grupo foi responsável pela soma de R$ 4,3 bilhões em movimentações financeiras. A Delegacia de Repressão a Ações Criminosas Organizadas (Draco) solicitou ao Judiciário o bloqueio e valores e de todos os bens móveis e imóveis ligados aos investigados, devido ao alto valor registrado.
O posto de combustíveis administrado por Ailton Leal, inclusive, foi fechado e multado, e aproximadamente R$ 18 mil em espécie, cheques e contratos foram apreendidos no estabelecimento. Segundo a investigação, o vereador é irmão de um traficante de alta periculosidade, morto em confronto com a polícia em 2017
Em Jaguarari, um imóvel relacionado outro vereador foi alvo de mandado de busca e apreensão, resultando na localização de celulares e documentos.
O que diz o PT?
O Partido dos Trabalhadores (PT) informou, por meio de nota, que abriu um processo no Conselho de Ética e determinou a suspensão preventiva da filiação do vereador, até que o processo seja concluído. O partido também afirmou o compromisso com ética, a legalidade e a transparência diante das investigações.
Confira nota do PT na íntegra:
"O Partido dos Trabalhadores da Bahia acompanha com atenção os desdobramentos da Operação Anátema e o caso citado; e reafirma seu compromisso com a ética, a legalidade e a transparência na vida pública. Diante das informações divulgadas, o PT Bahia decidiu pela abertura imediata de processo no Conselho de Ética do partido e determinou a suspensão preventiva da filiação do vereador até a conclusão do processo. O partido destaca a atuação da Polícia Civil da Bahia e da Secretaria da Fazenda do Governo do Estado no combate ao crime organizado e reitera sua confiança nas instituições responsáveis pelas investigações."
