Ipea: Projeção de crescimento do PIB é reduzida para 4,5% em 2021
Instituto reduziu para 1,1% a previsão do próximo ano
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), órgão vinculado ao Ministério da Economia reduziu, nesta quarta-feira (22), a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 4,5% em 2021. A estimativa anterior era de 4,8%.
Além disso, a previsão de crescimento para 2022 também foi revisada e passou de 1,8% para 1,1%, de acordo com a Visão Geral de Conjuntura, uma análise trimestral produzida pelo órgão.
O instituto aponta que a projeção foi afetada pelo impacto negativo da alta da inflação no poder de compra das famílias. Com a alta da inflação e a elevação da taxa de juros, o acesso ao crédito é prejudicado.
Já como positivo, o órgão aponta o Auxílio Brasil e o aumento gradativo da população ocupada como fatores que podem influenciar a demanda.
Em 2022, a recuperação da agropecuária, que deve avançar 2,8%, assim como o setor de serviços, com expectativa de avanço de 1,3%, podem impulsionar o PIB.
José Ronaldo de Castro Souza Júnior, diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea, aponta que a projeção depende de diversas questões.
“Prevemos que a economia vai crescer no ano que vem, porém, o grau de incerteza aumentou significativamente em função de fatores como a rápida disseminação mundial da nova variante da Covid-19 [Ômicron] e as possíveis mudanças de política monetária nos países desenvolvidos”, afirmou.
Redução em 2021
Já a redução da estimativa reduzida de 4,8% para 4,5% em 2021 foi impulsionada pelas mudanças apresentadas pelos indicadores de atividade econômica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o terceiro trimestre e para o mês de outubro. Os resultados foram abaixo do esperado.
A estimativa é que tenha ocorrido um crescimento de 0,6% na produção industrial de novembro, assim como uma alta de 0,4% no faturamento real dos serviços. Já as vendas do comércio varejista devem ter alta de 0,7%.
Para a indústria, a alta prevista é de 4,9% e 4,5% para o setor de serviços. No entanto, a agropecuária, uma das expectativas para o próximo ano, deve fechar 2021 em queda de 1,2%.
O setor, que tinha previsão de crescimento de 1,2%, foi afetado pelos efeitos climáticos que impactaram a safra do ano, além do embargo de quatro meses imposto pela China à carne bovina brasileira.