Irmã Dulce será reconhecida como santa neste domingo

Acontece nesse domingo, a partir das 5 horas (horário de Brasília), no estado do Vaticano, a canonização da Irmã Dulce. Amar e Servir ao próximo, oferecer atendimento gratuito na saúde, educação e assistência social sempre foram os pilares dessa que foi conhecida como o Anjo Bom da Bahia.

A missa que a declara a primeira santa brasileira, que será celebrada pelo Papa Francisco, pode ser acompanhada ao vivo pela Rede Globo ou (a partir das 5 horas) e pela Globo News (a partir das 4h30). Na internet, será transmitida ao vivo pelo Canal Vatican News no YouTube (assista clicando aqui).

Irmã Dulce iniciou sua trajetória de servir às pessoas carentes e necessitadas em um galinheiro. Em 1949, ela resgatou 70 pessoas das ruas de Salvador e, no galinheiro de sua irmandade, construiu o primeiro lugar de acolhimento para pessoas vulneráveis.

Ao ser perguntada sobre o que fizera com as galinhas, teria respondido que transformou as galinhas em canja para matar a fome dos vulneráveis. Irmã Dulce, ao logo da sua trajetória de 50 anos dedicada à caridade, criou Hospital, orfanato, asilo, creche. Dentre as 21 obras desenvolvidas por Irmã Dulce, todas foram em defesa dos mais necessitados que habitavam não apenas a cidade de Salvador

As Obras Sociais Irmã Dulce (OSID) nasceram no dia 26 de maio de 1959. Atualmente, a entidade filantrópica abriga um dos maiores complexos de saúde 100% SUS do país, com cerca de 3,5 milhões de procedimentos ambulatoriais por ano, na Bahia, a usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). A organização conta com um perfil de serviços único no país, distribuídos em 21 núcleos que prestam assistência à população de baixa renda nas áreas de Saúde, Assistência Social, Pesquisa Científica, Ensino em Saúde, Educação e na preservação e difusão da história de sua fundadora.

As Obras Sociais atendem diariamente cerca de 2 mil pessoas, com a impressionante marca de 12 mil cirurgias e de 18 mil internamentos por ano. Mais de 4,3 mil profissionais trabalham na organização, sendo 2,8 mil funcionários somente no complexo da capital baiana, local onde atuam ainda 300 médicos e 300 voluntários.

Em Simões Filho funciona um dos 21 centros, esse em questão em parceria com as Secretarias de Educação do Estado e do Município. São atendidas mais de 700 crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, oferecendo ensino em tempo integral do primeiro ao nono ano. O local conta ainda com uma unidade de sustentabilidade, o Centro de Panificação, responsável pela produção e comercialização de variados tipos de pães, panetones e outros produtos.

Dois milagres ficaram marcados pela santa Dulce: a cura de um glaucoma de uma pessoa que voltou a enxergar após 14 anos depois de rogar para que Irmã Dulce; e um caso de pós-parto de uma moradora da cidade de Malhador, no interior de Sergipe. Sua beatificação, ocorreu em 2001, nove anos após sua morte. 

Três graças alcançadas por devotos, após orações a Irmã Dulce, estavam sendo analisadas pelo Vaticano, com vista no processo de canonização da religiosa. Esses três casos foram enviados ao Vaticano pelas Obras Sociais Irmã Dulce (OSID), em 2014, após análise de profissionais da própria instituição. 

A canonização de Irmã Dulce em 2019 não é apenas o reconhecimento do que ela deixou como legado para a assistência social, mas ela se tornou um dos símbolos mais importantes da Bahia, não apenas sob o aspecto religioso para os católicos, mas símbolo de humanidade, direitos humanos, direito à saúde e amor ao próximo.