Irrigação usa quase metade de toda a água do Brasil para produzir alimentos
Sistema é utilizado em mais de 8 milhões de hectares no país

Foto: Reprodução/Safra Irrigação
Praticamente metade da água disponível em reservatórios no Brasil vai para a irrigação. É ela que permite o plantio durante todo o ano em áreas com escassez hídrica, caso do melão no semiárido brasileiro e da cana-de-açúcar no Centro-Oeste, onde a seca acontece sazonalmente. No Brasil (um dos dez países com maior área equipada para irrigação), a prática é utilizada em 8,2 milhões de hectares.
Equivalente a mais de 8 milhões de campos de futebol, essa área é preenchida por cultivo de arroz, café e cana, entre outros (os três são os mais comuns nesse sistema). A irrigação é o destino de 49,8% das águas brasileiras disponíveis para uso que estão em reservatórios, segundo o Atlas da Irrigação, lançado na quinta-feira (25). Ele foi desenvolvido pela Agência Nacional das Águas (ANA).
De acordo com a entidade, a irrigação representa "o principal tipo de uso [de água] no país em termos de quantidade utilizada". Na sequência, vêm abastecimento humano (24,3%), indústria (9,7%), animal (8,4%), termelétricas (4,5%), abastecimento rural (1,6%) e mineração (1,7%). Só em 2020, expandiu 18,96% em relação a 2019, contabilizando um aumento de 249.225 mil hectares, apontou o levantamento da Câmara Setorial de Equipamentos de Irrigação (CSEI) e da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).
De acordo com o Atlas da Irrigação, do total de área que usa essa técnica no Brasil, 5,3 milhões de hectares são apenas de irrigação, ou seja, usam os métodos para entregar somente água. Os outros 2,9 milhões são operados para a fertirrigação, uma técnica de adubação que aproveita a água para levar nutrientes ao solo. Ainda de acordo com o Atlas, o aumento da área que faz uso da técnica é mais expressivo em São Paulo, Minas Gerais, Tocantins, Bahia, Rio Grande do Sul e Goiás.