Jair Bolsonaro chegou a parar de respirar por 10 segundos, segundo Flávio
Ex-presidente deu entrada em hospital de Brasília nesta terça-feira (16) após apresentar quadro de pressão alta

Foto: Saulo Cruz/Agência Senado | Alan Santos/PR
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) revelou que o pai, Jair Bolsonaro (PL), chegou a parar de respirar por 10 segundos e apresentou um episódio de "vômito a jato". O ex-presidente deu entrada no hospital DF Star, em Brasília, nesta terça-feira (16), após apresentar quadro de pressão alta, crise de soluços e mal-estar. As informações foram divulgadas pela CNN Brasil.
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"Hoje foi um episódio mais drástico, em que o soluço dele foi aumentando. Ele quando, às vezes pela repetição, ele diz que trava o diafragma dele e teve um episódio de vômito a jato, com força, ficou quase dez segundos sem respirar. O jeito que ele conseguiu de respirar foi fazendo isso, com vômito forte, tontura, pressão muito baixa", revelou o senador.
Segundo informações do cardiologista Leandro Echenique, que acompanha Bolsonaro desde 2018, o ex-presidente deve permanecer internado na unidade de saúde.
No último domingo (14), Bolsonaro passou por procedimentos para remover lesões na pele. De acordo com o boletim médico emitido pelo hospital, foram retiradas oito lesões localizadas no tronco e no braço direito. O ex-presidente recebeu alta por volta das 14h30 e seguiu com acompanhamento ambulatorial.
Bolsonaro foi acompanhado por escolta de motos e carros da Polícia Penal do Distrito Federal, além da presença dos filhos: o vereador Jair Renan Bolsonaro (PL-SC) e o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), que criticou o tamanho da escolta do pai, classificando o episódio como "humilhação".
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, ainda determinou um prazo de 24 horas para a polícia justificar a demora do retorno do ex-presidente.
Prisão domiciliar
O ex-presidente cumpre prisão domiciliar preventiva, sem relação direta com a pena aplicada pela condenação a 27 anos de prisão por cinco crimes na trama golpista.
Ele já havia obtido autorização para sair de casa em agosto, para exames relacionados a refluxo gastroesofágico e episódios de soluço constantes, sequelas da facada que recebeu em 2018. Na ocasião, exames detectaram imagem residual de duas infecções pulmonares recentes possivelmente relacionadas à broncoaspiração, além de persistência de esofagite e gastrite.
O estado de saúde tem sido um fator central para a manutenção da prisão domiciliar.
Advogados avaliam que uma ida a um presídio poderia representar risco à vida de Bolsonaro, além de gerar impacto político negativo. Aliados também relatam que o quadro psicológico do ex-presidente está abalado, ainda que sem diagnóstico formal de depressão.