Joe Biden exalta defensores dos direitos humanos e diz que ONU não quer uma 'nova guerra fria'
Democrata participou dos debates na Assembleia Geral

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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, exaltou nesta terça-feira (21), em discurso no plenário da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), os defensores dos direitos humanos ao redor do mundo, especialmente em ambientes de repressão, mencionando a Bielorrússia e a Síria. Na ocasião, ele citou ainda a situação na província chinesa de Xinjiang, onde, segundo denúncias, o governo promove uma ofensiva contra minorias religiosas, algo negado pelas autoridades em Pequim.
O democrata ressaltou ainda o compromisso com a segurança do Oriente Médio, mencionando a defesa dos EUA na independência de Israel e apontando que a solução de dois Estados, ao lado de uma nação palestina, é a mais viável. Ao mesmo tempo, declarou que os EUA seguem dispostos a evitar que o Irã desenvolva uma arma nuclear. Na ocasião, Biden afirmou que vai "respeitar o acordo nuclear" se os iranianos fizerem o mesmo.
Além disso, Biden disse que os EUA estão equipados para evitar e combater o terrorismo e ao mesmo tempo defendeu que a ferramenta mais eficaz para evitar atentados é melhorar a vida das pessoas pelo mundo, reduzindo as chances de radicalização. Sem mencionar países, o presidente americano afirmou que sairá em defesa de seus aliados para garantir soberania territorial e evitar conflitos, declarando que não busca uma "Nova Guerra Fria", termo constantemente associado à relação de competição entre os EUA e a China, ou um mundo dividido entre blocos rígidos.
Sobre as questões ambientais, o democrata defendeu que os países levem à COP-26, em novembro, compromissos concretos para enfrentar as mudanças climáticas. Ele afirmou ainda que os EUA serão líderes na questão climática, e trabalharão para mobilizar US$ 100 bilhões para apoiar ações em países em desenvolvimento.
Mais cedo, na fala que abriu os debates na Assembleia Geral, o secretário-geral da ONU, António Guterres, fez um duro discurso em defesa do multilateralismo no momento em que o mundo se encontra, segundo ele, profundamente dividido e diante das ameaças apresentadas pelas mudanças climáticas e pela pandemia. Para o secretário-geral, "nós enfrentamos a maior sequência de crises de nossas vidas". No discurso, ele defendeu o diálogo urgente entre EUA e China, principais competidoras no cenário global.
“Temo que nosso mundo se dirija a dois conjuntos diferentes de regras econômicas, comerciais, financeiras e tecnológicas, dois enfoques divergentes sobre o desenvolvimento de inteligência artificial e, finalmente, duas estratégias militares e geopolíticas diferentes”, apontou Guterres.
Vacina e pandemia
O presidente americano defendeu sua política de expandir o acesso à vacinação dentro dos EUA e a política de distribuir milhões de doses de imunizantes contra a Covid-19 para dezenas de países, de certa forma um contraponto às doações de doses feitas pela China desde o início da pandemia. Ele prometeu anunciar novas medidas em breve.
Além disso, Biden lembrou do impacto humano da pandemia. Para Biden, o mundo pode trabalhar em conjunto em medidas para conter futuras pandemias, as mudanças climáticas e para defender os direitos humanos, ou enfrentar crises mais duras e com impacto ainda mais sensível.