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Juíza de direito Eliete Guarnieri mergulha no abismo das emoções humanas em “Quando o Coração Sangra”!

Aos detalhes...

Por Michel Telles
Às

Juíza de direito Eliete Guarnieri mergulha no abismo das emoções humanas em “Quando o Coração Sangra”!

Foto: Divulgação

“Treze narrativas que fazem sangrar o coração das personagens e do leitor”. Assim a escritora e juíza de Direito Eliete de Fátima Guarnieri definem a sua mais recente obra, “Quando o Coração Sangra”, publicação da Editora Casa de Astérion. Lançado em julho, em Piracicaba (SP), onde a autora nasceu e reside, o livro encerra a “Trilogia dos Quandos” que teve início com “Quando o Estômago Grita” e prosseguiu com o título “Quando a Alma Viaja”. Segundo a autora, não se trata de uma trilogia efetiva, pois cada livro é independente do outro. Ao mesmo tempo, as obras se complementam, pois abordam sentimentos que espelham a nossa humanidade.

Com essa tríade de livros, a autora quis retratar três dimensões do humano, a física, a espiritual e a emocional, simbolizadas pelo estômago, pela alma e pelo coração. A última obra da trilogia trata, então, fundamentalmente, das emoções humanas que, nos 13 contos e minicontos que compõem o livro, adquirem as mais distintas matizes. “São histórias de melancolia, psicopatia, fobia, desesperança, vício, imprudência, distúrbio, desejo, decepção, tragédia, frustração, punição e perdição. Histórias sem redenção”, afirma a escritora.

O conto inaugural, que possui o mesmo o nome do livro, aborda a tristeza como potência criativa. Em tom autobiográfico, a autora aborda o paradoxo de suas emoções, mostrando que a depressão que lhe faz deixar de sentir prazer em atos que sempre foram motivos de alegria é a mesma que lhe impulsiona a escrever e criar o novo. No segundo conto, intitulado “Profano”, pode-se dizer que o ódio é o ator principal. Não o ódio puro e simples, mas aquele que se mistura à indignação e ao júbilo de ser um “exemplo profano em tempos não sagrados”.

“Aroma de alecrim” talvez seja o conto mais divertido do livro. Ao retratar um encontro inusitado, entre personagens que representam sentimentos tão distintos, o medo e a segurança, a escritora expõe situações que beiram o hilário, sem nunca deixar de lado a delicadeza e a ternura. O desespero em busca da paz derradeira é o tema de “Requiem”, o quarto conto do livro. Em “Satiríase”, vemos como o rancor, a raiva, a sensação de impotência diante do cinismo e do desprezo podem levar a atos violentos.

O sexto conto, “Manhã de novembro”, é certamente o mais triste de todo o livro. Ele versa sobre a esperança, o contentamento, e a felicidade e sobre como a vida está sempre pronta para aniquilar sonhos. Nessa história, a autora lança mão de sua ironia mordaz, marca de sua escrita, e que dá as caras também em “Efeito Sanfona”. Neste conto, uma mulher deseja a todo custo emagrecer. Em meio a atos obsessivos e compulsivos ressignifica seus anseios a fim de mitigar seu sofrimento. “Desejo” é o título do oitavo conto do livro. Aqui, o leitor é arrastado para o mundo sombrio da volúpia sexual. Findada a leitura, é impossível não se perturbar ante desfecho tão violento.

“Dezesseis anos” é um respiro para a história que o antecede. Nessa trama singela, vemos uma aspirante a escritora tecer uma intrincada rede de sonhos, um tanto pueril. No conto mínimo “Na chuva” a autora nos apresenta às mazelas das grandes cidades e às contradições de seus habitantes. Nessa narrativa sucinta, vemos como a solidariedade é o sentimento que atenua a tristeza provocada pelo esgarçamento social e como a indiferença é a mola propulsora da desigualdade. “Ter e ser”, por sua vez, é a história visceral de uma mulher rejeitada por sua condição social, que não precisou abrir mão de seus valores para conquistar sucesso e dinheiro. A história retrata um mundo de luxo, soberba e porque não dizer: vingança.

Em “No presídio”, 12º conto da obra, o luxo dá lugar ao seu oposto. Eliete descreve o resultado final de uma rebelião, mostrando como a violência e a indigência humana podem atingir níveis inimagináveis. Indignação, repulsa e tristeza são os sentimentos que perpassam seus personagens. No conto final, “Heresia”, o leitor, mais uma vez, adentra o universo do desejo sexual que, dessa vez, ganha a roupagem do sagrado e de sua profanação. Novamente, a autora lança mão de sua ironia, evidenciando que não raramente a ação que busca preencher a falta e iluminar a vida pode produzir o seu contrário: a morte.

Sobre a autora

Natural de Piracicaba, município do interior de São Paulo, Eliete de Fátima Guarnieri é graduada pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). Juíza há 25 anos, ocupa, desde 2007, o cargo de juíza titular da 3ª Vara da Comarca de Santa Bárbara d’Oeste. Seu primeiro livro de contos, “Quando o Estômago Grita”, foi publicado, pela Editora Patuá, em 2023, e seu segundo livro, “Quando a Alma Viaja”, foi publicado pela Editora Life, em 2024. No mesmo ano, lançou o livro de poesias “Minueto em Versos”. Desde agosto de 2024, integra a Academia Piracicabana de Letras (APL).

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