Júri de PM acusado de matar dono de lava-jato é adiado por suspeita de falso testemunho
Crime aconteceu em julho do ano passado em Feira de Santana; ainda não há nova data para o julgamento

Foto: Reprodução/TV Subaé
O júri popular do policial militar Roberto Costa Miranda, acusado de matar o empresário José Luiz Borges Santos, em julho do ano passado, foi suspendo na última terça-feira (12), em Feira de Santana, cidade a cerca de 100 km de Salvador.
A juíza Márcia Simões acatou o pedido do Ministério Público da Bahia (MP-BA), que apontou indícios de falso testemunho do depoimento da esposa da vítima.
De acordo com a promotora de Justiça Marina Neves, a testemunha afirmou que José Luiz tinha uma arma de fogo no local do crime e que teria escondido a informação porque a filha do casal sofreria abusos sexuais cometidos por ele.
“Existem indícios de falso testemunho que não podem influenciar os jurados a ponto de tirar a soberania do Tribunal do Júri”, justificou a promotora.
O falso testemunho, que é quando a pessoa mente ou omite informações relevantes ao prestar depoimento, é considerado crime previsto no Código Penal brasileiro. A pena pode variar de dois a quatro anos de reclusão, além de multa.
O pedido de adiamento foi feito pela acusação e a promotoria considerou plausível que o réu aguardasse pelo novo julgamento em liberdade.
Ainda não há nova data para o julgamento.
Sobre o caso
O crime aconteceu em 22 de julho de 2024, em um lava-jato no bairro de Brasília, em Feira de Santana. As câmeras de segurança do local registraram o momento em que um homem armado, usando capacete, persegue José Luiz e faz os disparos contra ele.
Segundo os familiares, horas antes do crime, José Luiz havia discutido com o policial após descobrir que o PM teria se relacionado com sua filha quando ela tinha 17 anos.