Justiça acata nova denúncia do MP-BA em segundo processo contra Binho Galinha e familiares

A Vara Criminal e Crimes Contra a Criança e o Adolescente da Comarca de Feira de Santana acatou uma nova denúncia do Ministério Público da Bahia (MP-BA), contra o deputado estadual, Kléber Cristian Escolano de Almeida, conhecido como Binho Galinha (PRD) e uma milícia com 10 anos de atuação no município, que seria liderada pelo parlamentar, que já está preso preventivamente.

Segundo o inquérito do MP-BA, a esposa do parlamentar, Mayana Cerqueira da Silva, permanece com atuação na organização criminosa, mesmo enquanto cumpre prisão domiciliar. As investigações indicam que após ter as contas bancárias bloqueadas, a mulher do parlamentar utiliza contas de "laranjas", inclusive com auxílio de um homem, identificado como Cristiano de Oliveira Machado.

As apurações do Ministério Público indicam que Cristiano Machado recebia na própria conta os valores provenientes de atividades ilícitas e depois os distribuía. O esquema tinha o intuito de ocultar a origem criminosa dos recursos e dificultar o rastreamento do dinheiro.

Na decisão, a juíza Márcia Simões Costa, citou que as ações dos indivíduos foram evidenciadas de "forma clara e pormenorizada", mesmo na ausência de testemunhas. A juíza ainda determinou um prazo de até 15 dias, a partir da quarta-feira (5), para que a Polícia Federal providencie alguns elementos. São eles:

- As informações completas e relatórios técnicos dos Autos, sobre todos os anexos de provas mencionados na denúncia, para regular instrução e acesso às partes;

- Os laudos periciais das armas de fogo e munições apreendidas nas residências dos denunciados;

- Os laudos periciais correspondentes aos aparelhos celulares apreendidos de todos os denunciados e investigados cujos dados foram utilizados na denúncia;

- Todas as informações complementares acerca do veículo Porsche apreendido com o denunciado Müller Santos Souza - acusado de operar no núcleo de agiotagem da organização.

A magistrada ainda atendeu pedidos do MP-BA e determinou o arquivamento parcial de um inquérito da Polícia Federal por ausência de provas em acusações de receptação qualificada, lavagem de dinheiro por meio de pagamentos de honorários advocatícios, crime de extorsão cometido por Maiana e a citação de alguns nomes de fora do núcleo familiar de Binho Galinha.