Justiça de SP torna réu ex-perito do IML em processo da ditadura
MPF acusa o ex-médico legista José Manella Netto por falsidade ideológica e ocultação de cadáver

Foto: Reprodução
A Justiça Federal de São Paulo acatou a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) e tornou réu o ex- médico legista José Manella Netto por falsidade ideológica e ocultação de cadáver. Ele é acusado de omitir em um laudo na década de 60, em que Carlos Roberto Zanirato morreu em consequência de sessões de tortura durante a ditadura militar. As informações são do G1.
Conforme o MPF, o documento omitiu as causas do óbito, a fim de acobertar os agentes da ditadura. O relatório de Netto, assinado em conjunto com outro médico, reafirmava a versão oficial do governo de que o militante teria cometido suicídio.
"Embora soubessem a identidade de Zanirato, os médicos registraram que a vítima era um desconhecido”, afirma o governo.
Enterrado como indigente e longe dos familiares e amigos, ninguém conseguiu notar as marcas de tortura no seu corpo.
Segundo MPF, a ação dos médicos do Instituto Médico Legal nos documentos acobertou as circunstâncias em que os opositores do regime ditatorial foram mortos.