'Letalidade imensurável', afirma Zanin sobre organização criminosa que assassina pessoas por encomenda
Investigação da PF descobriu a existência de uma organização que se denominava "Comando de Caça Comunistas, Corruptos e Criminosos"

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Cristiano Zanin disse que as provas reunidas pela Polícia Federal (PF), "revestem de gravidade extrema", sobre o grupo suspeito espionagem e de cometer assassinatos por encomenda. Ao todos foram cinco pessoas presas na última quarta-feira (28).
Zanin ainda disse que a capacidade operacional e bélica do grupo é a "letalidade potencial da organização é imensurável". A declaração do ministro está na decisão que permitiu a 7ª Fase da Operação Sisamnes, em que investiga os prováveis mandantes e cúmplices da morte do advogado Roberto Zampieri, em Cuiabá, em 2023.
A investigação da PF descobriu a existência de uma organização criminosa que se denominava "Comando de Caça Comunistas, Corruptos e Criminosos" e era composta por civis e militares.
Para o ministro, os dados apresentados pela investigação da PF mostram que a organização criminosa tem capacidade para monitorar alvos, agenciar pessoal e recursos financeiros que apontam o potencial bélico do grupo.
Um documento apreendido pela PF durante a investigação descreve a estrutura de administração, pessoal, equipamentos, comunicações, custos para uma suposta ação criminosa, além disso, contém um tipo de tabela com os valores de quanto o grupo cobra para realizar os assassinatos por encomenda.
"Dito de outro modo, a letalidade potencial da organização é imensurável, dada sua elevada capacidade operacional e bélica, notadamente porque integrada por agentes que pertencem ou pertenceram às Forças Armadas e que receberam treinamento militar especializado", apontou Zanin.
Zanin ainda afirmou que as prisões realizadas são justificadas pela gravidade da conduta dos suspeitos e pelo risco de fuga.
Os cinco homens que foram presos participaram da morte do advogado, segundo a polícia.
O produtor rural Aníbal Manoel Laurindo — apontado pela Polícia Civil de Mato Grosso como mandante do assassinato;
Coronel Luiz Caçadini: suspeito de ser o financiador;
Antônio Gomes da Silva: suspeito de ser o atirador;
Hedilerson Barbosa: suspeito de ajudar no crime; e
Gilberto Louzada da Silva, cuja participação não foi detalhada pela polícia.
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