Levantamento revela que em 4 meses de campanha, Brasil vacinou 18,5% dos adultos contra Covid-19
Cerca de 30,4 mi de pessoas haviam tomado ao menos a primeira dose de um dos imunizantes até esta quarta (5)

Foto: Reprodução/Governo da Bahia
Prestes a completar quatro meses em 18 de maio, a campanha de vacinação no Brasil contra a Covid-19 preocupa pelo ritmo lento e picado. Até esta quarta-feira (5), 18,5% da população adulta (aproximadamente 30,4 milhões de pessoas) havia recebido pelo menos a primeira dose de algum dos imunizantes disponíveis no país. Sendo que, atualmente, a população adulta brasileira corresponde a 163,9 milhões de indivíduos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Entre os que estão devidamente imunizados, isto é, aqueles que tomaram as duas doses, o total é ainda menor. São 14,5 milhões de brasileiros, cerca de 8,8%. Os dados foram levantados pelo site Metrópoles e se baseiam na plataforma de acompanhamento da vacinação do Ministério da Saúde. O número avançou em relação ao levantamento feito pelo site em abril, quando as informações indicavam que 12% da população havia recebido a primeira dose, e 3,4%, a segunda.
Isso significa que, em quase um mês, o país registrou aumento de 6,5 pontos percentuais entre aqueles que tomaram uma dose, e de 5,4 entre os que receberam as duas. Para o infectologista Marco Aurélio Sáfadi, professor da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo, a vacinação no Brasil está lenta e a principal razão é a falta de imunizantes.
“O número é muito abaixo do que poderíamos estar vacinando. É só lembrar que, em campanhas anteriores, como da influenza, nós vacinamos em média 75 milhões de pessoas também em poucos meses. Temos de reconhecer que essa limitação tem um único motivador: a indisponibilidade de doses suficientes. Se tivéssemos um maior estoque, com certeza a vacinação estaria mais avançada no país”, diz Sáfadi.
Segundo o Ministério da Saúde, foram 71,3 milhões de doses distribuídas para os estados. Nesta semana, a previsão é de que aconteça a maior entrega de imunizantes desde o começo da pandemia. Do total de 11 milhões de doses, 6,5 milhões foram produzidos pela Fiocruz; 4 milhões, pelo consórcio Covax Facility, encabeçado pela Organização Mundial da Saúde (OMS); 1 milhão, pela Pfizer/BioNTech; e 420 mil, pelo Butantan.