Líder do PCC leva vida de luxo há mais de 10 anos na Bolívia sem ser preso
Sérgio Luiz de Freitas Filho, conhecido como “Mijão” ou “Xixi”, vive em mansões e frequenta festas em Santa Cruz de La Sierra, enquanto o núcleo que comanda movimentou mais de R$ 1 bilhão

Foto: Reprodução/TV Globo
Apontado pelo Ministério Público como o principal nome do Primeiro Comando da Capital (PCC) em liberdade, Sérgio Luiz de Freitas Filho vive há mais de 10 anos em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, com uma rotina de luxo em condomínios fechados, protegido por muros altos e segurança reforçada.
Também conhecido como “Mijão”, “Xixi” ou “2X”, já morou em pelo menos seis mansões na cidade boliviana. Em uma delas, o aluguel mensal chegava a quase R$ 30 mil. As informações foram divulgadas pelo programa Fantástico da TV Globo, no domingo (7).
Segundo o promotor Lincoln Gakiya, ele foi enviado à Bolívia por Gegê do Mangue, outro líder do PCC, para fiscalizar o envio de pasta base de cocaína ao Brasil. Lá ele usa uma identidade falsa e atende por Sérgio Noronha Filho.
Documentos obtidos pelo Fantástico mostram que, entre os anos de 2018 e 2019, o núcleo do PCC ligado a Sérgio movimentou mais de R$ 1 bilhão.
A vida de Sérgio é marcada por festas, encontros com amigos e familiares, e vídeos em que aparece sorrindo e descontraído. “Xixi tá rindo à toa. Da hora ver ele assim”, comentou um amigo. “Ele merece. Fica aí, sem fazer nada”, respondeu outro em um vídeo.
Em janeiro deste ano, uma foto postada pelo enteado revelou o local onde Sérgio estava: um lago artificial em um empreendimento de alto padrão. Mesmo assim, ele não foi preso.
A cidade boliviana virou refúgio para outros líderes do PCC. Gegê do Mangue também viveu foragido, mas foi assassinado junto com o comparsa Paca em 2018, durante uma visita ao Brasil.
Outros traficantes que se esconderam na Bolívia foram: Fuminho, preso em Moçambique e extraditado; André do Rap, que continua foragido; e Tuta, capturado em maio deste ano em Santa Cruz ao tentar renovar um documento falso.
A Polícia Federal do Brasil afirma, em nota, que realiza constante monitoramento de foragidos e que tem tido cooperação com a Bolívia, como no caso da prisão de Tuta.