Luiz Eduardo Ramos diz que a decisão de não punir Pazuelo foi 'extremamente pensada'
Ministro-chefe da Casa Civil disse que 'não existe' punir um militar por ter ele cometido 'um deslize'

Foto: Reprodução/Agência Brasil
Em entrevista ao jornal 'O GLOBO', o ministro-chefe da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, afirmou que a decisão do Exército brasileiro em não punir o general da ativa, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, por ter participado de uma "motociata" com o presidente Jair Bolsonaro foi "extremamente pensada".
"Em qualquer transgressão disciplinar, de soldado a general, são analisadas como condicionantes da transgressão e a pessoa do transgressor. O comandante do Exército, ao analisar a história de vida do Pazuello, considerado que aquele fato não se constituiu transgressão. Você não pode usar pesos iguais com as pessoas que têm padrões diferentes. Se o militar nunca fez nada errado e comete um deslize, ele vai ser punido com dez dias de cadeia? Isso não existe. Cada caso é um caso. A decisão de não punir o Pazuello é exclusiva do comandante do Exército", explicou.
Ao ser questionado se isso não era uma vitória da indisciplina, o ministro-chefe disse que a interpretação do comandante do Exército, general Paulo Sérgio, foi diferente da que todos esperavam.
"Teve uma reunião virtual em que ele discutiu com o Alto Comando para avisar qual era uma decisão. Foi uma decisão extremamente pensada. Mas isso não é assunto da minha massa", disse.
Na entrevista, Luiz Eduardo Ramos disse que a opção de ser um general da ativa e participar de uma manifestação "é uma decisão de cada um", mas que ele, em julho do ano passado, pediu para ir para uma reserva porque como ele estava trabalhando com política, como general da ativa, "não tinha mais razão" de estar no Exército.
Ele também afirmou que Pazuello fez o trabalho que podia fazer à frente do Ministério da Saúde, mas que a culpa dos problemas e falhas não deveria ser depositada em uma única pessoa. "A gestão dos estados, o problema no oxigênio ... Pergunto o seguinte: na história dessa pandemia, onde estão os prefeitos? Onde estão os governadores? Os secretários municipais de saúde, os secretários estaduais? Foi tudo o Pazuello? É fácil culpar uma pessoa. Vários erros cometidos", justificou.


