Lula anuncia novo modelo de crédito imobiliário e amplia teto do SFH para R$ 2,25 milhões

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta sexta-feira (10) um novo modelo de crédito imobiliário, que reformula o uso dos recursos da poupança e amplia o teto do financiamento pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH) de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões. O anúncio foi feito durante o evento Incorpora 2025, realizado em São Paulo.

Segundo o governo, as mudanças têm como objetivo aumentar a oferta de crédito, especialmente para famílias de classe média, que hoje não se enquadram no programa Minha Casa, Minha Vida — voltado a famílias com renda mensal de até R$ 12 mil.

Com a nova política, a Caixa Econômica Federal deve financiar mais 80 mil moradias até 2026.

Atualmente, 65% dos recursos da poupança são obrigatoriamente destinados ao crédito imobiliário, enquanto 15% ficam livres para outras operações e 20% são recolhidos ao Banco Central como depósito compulsório. O novo modelo prevê o fim desse recolhimento, permitindo que o total depositado na poupança seja usado como referência para o crédito habitacional.

O governo afirma que o sistema moderniza o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e fortalece o crédito habitacional.

“Na medida em que mais valores são depositados em poupança, mais crédito será disponibilizado para financiamento imobiliário”, explicou o Planalto em comunicado.

Com a mudança, os bancos poderão utilizar parte dos recursos da poupança para outras aplicações, desde que mantenham o mesmo volume destinado ao financiamento habitacional. A regra valerá para operações do SFH e do Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI).

Para garantir estabilidade, 80% dos financiamentos deverão seguir as normas do SFH, com juros limitados a 12% ao ano.

O governo argumenta que o novo modelo “aumenta a competição”, ao permitir que instituições que não captam poupança também concedam crédito imobiliário em condições equivalentes.

A transição será gradual, com início ainda em 2025. O modelo deve entrar em vigor de forma plena em janeiro de 2027. Até lá, permanece o direcionamento obrigatório de 65% dos depósitos da poupança para o setor habitacional, com redução progressiva dos compulsórios de 20% para 15%.