Lula avalia como irrelevante impacto de taxação dos EUA e diz que relação com Trump terminou em amizade
Presidente afirma que cenário econômico e diplomático indica encerramento positivo do ano para o Brasil

Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta terça-feira (23), que a taxação de 40% imposta pelos Estados Unidos a produtos brasileiros não teve impacto significativo para o país. Segundo ele, o episódio, que chegou a tensionar as relações diplomáticas entre os dois governos, acabou contribuindo para uma aproximação pessoal com o então presidente norte-americano, Donald Trump.
Ao fazer um balanço do ano durante cerimônia no Palácio do Planalto, Lula avaliou que o contexto econômico e político indica um desfecho positivo para o Brasil. “O ano termina bem, o preço do alimento está caindo, as pessoas estão voltando a acessar coisas que ficaram mais caras. Mesmo a taxação que os Estados Unidos fizeram contra o Brasil terminou sendo irrelevante. Quando muita gente imaginava que eu e o Trump ia entrar em guerra, nós terminamos virando amigos”, declarou.
As relações entre Brasil e Estados Unidos atingiram o momento mais delicado entre julho e agosto, após o anúncio das tarifas sobre produtos brasileiros. À época, Trump e aliados criticaram decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) relacionadas ao julgamento da trama golpista, que resultou na condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e três meses de prisão.
Ainda em julho, o governo norte-americano aplicou a Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no STF, sob a alegação de que ele teria autorizado “prisões preventivas arbitrárias” e atuado para restringir a liberdade de expressão no Brasil. No último dia 12, no entanto, Moraes e sua esposa, Viviane Barci de Moraes, foram retirados da lista de sanções.
Em setembro, Lula e Trump se encontraram durante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Na ocasião, o líder norte-americano afirmou que houve uma “química excelente” entre os dois. Já no início de dezembro, após uma conversa telefônica, Trump voltou a elogiar o presidente brasileiro.
“Tivemos uma ótima conversa, falamos sobre comércio, falamos sobre sanções porque, como vocês sabem, eu impus sanções, que tem a ver com certas coisas que aconteceram [...] tivemos uma conversa muito boa. Eu gosto dele. Tivemos boas reuniões, como vocês sabem e tivemos uma conversa muito boa hoje, sim”, afirmou Trump.


