Lula defende governança multilateral para regras sobre Inteligência Artificial
Presidente explica que desenvolvimento da tecnologia sem "diretrizes claras" pode trazer "riscos e efeitos colaterais"

Foto: Ricardo Stuckert/PR
O presidente Lula defendeu a criação de uma "governança multilateral" para regras sobre inteligência artificial. O petista explicou a declaração durante a abertura do Fórum Empresarial do Brics, que ocorreu no Rio de Janeiro neste sábado (5), que o desenvolvimento da tecnologia sem "diretrizes claras" pode trazer "riscos e efeitos colaterais".
O evento antecede o encontro de líderes do agrupamento internacional formado por 11 países. As regras compartilhadas sobre a IA são um dos objetivos do mandato brasileiro na presidência do Brics.
O Brasil tem defendido que o grupo crie diretrizes comuns sobre a ferramenta, com os mínimos padrões de segurança e transparência. Na avaliação de Lula, os modelos gerados pelas grandes empresas de tecnologia "vão se impor" caso não existam regras.
"A inteligência artificial traz possibilidades que há poucos anos sequer imaginávamos. Na ausência de diretrizes claras coletivamente acordadas, os modelos gerados com base apenas na experiência de grandes empresas de tecnologia vão se impor. Os riscos e efeitos colaterais da inteligência artificial demandam uma governança multilateral", afirmou.
O presidente também avaliou que os países do grupo podem formar um "novo modelo de desenvolvimento", pautado em ações de agricultura sustentável, indústria verde, infraestrutura resiliente e bioeconomia.
"Diante do ressurgimento do protecionismo, cabe às nações emergentes defender o regime multilateral de comércio e reformar a arquitetura financeira internacional. O Brics segue como fiador de um futuro promissor", citou.
Lula deve se reunir ainda neste sábado (5) com os representantes da Etiópia, Vietnã, Nigéria e Abu Dhabi. Também está prevista uma reunião com o primeiro-ministro da China, Li Qiang.