Lula pede que brasileiros acompanhem resultado da reforma trabalhista na Espanha
No Brasil, a lei não gerou os empregos prometidos em 2017

Foto: Reprodução/Ricardo Stuckert
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, na terça-feira (4), que os brasileiros deveriam acompanhar a reforma trabalhista na Espanha. Lá, o governo, sindicatos e empresários fizeram um acordo para revisar as alterações nos direitos dos trabalhadores feitas em 2012, e agora haverá regras mais duras para as terceirizações. As informações são do UOL Economia.
Sobre o tema, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann afirmou que a notícia é "alvissareira". "A reforma espanhola serviu de modelo para a brasileira e ambas não criaram empregos, só precarizaram direitos", disse.
No Brasil, a reforma trabalhista foi sancionada em 2017 pelo então presidente Michel Temer, e gerou mudanças sobre férias, jornada de trabalho e contribuição sindical.
Na época, Temer garantiu que a reforma facilitaria as contratações e geraria até 2 milhões de vagas em dois anos. No entanto, em 2020, admitiu que as projeções foram exageradas, mas que repetiria tudo novamente.
"Quero concordar com a sua afirmação (...) de que o nosso ministro [Henrique] Meirelles [do então Ministério da Fazenda] e Ronaldo Nogueira [da pasta de Trabalho e Emprego] exageraram nas suas previsões. (...) O que fizemos foi flexibilizar o contrato de trabalho, porque na minha cabeça estava o seguinte: é melhor você arrumar trabalho flexível do que não ter o emprego. (...) Se você me perguntar, você faria o mesmo? Eu faria o mesmo", afirmou Temer.
Desemprego
O dado mais recente da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), entre agosto e outubro de 2021, aponta que a taxa do desemprego está em 12,1%. São 12,9 milhões de pessoas desocupadas. O número é maior que os 12,4 milhões de 2017, antes da reforma.
Além de o desemprego ter aumentado, os trabalhadores estão ganhando menos. O rendimento médio dos empregados ocupados caiu de R$ 2.576 no último trimestre de 2017 para R$ 2.449 entre agosto e outubro de 2021, segundo o IBGE.


