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Luta, esperança, fé e empoderamento tem nome na Bahia: Ana Fausta Assis de Araujo

Eleita a primeira Tenente-Coronel da Bahia, bombeira conta trajetória profissional

Por Da Redação
Ás

Luta, esperança, fé e empoderamento tem nome na Bahia: Ana Fausta Assis de Araujo

Foto: Reprodução

Dona de uma fé inabalável e de uma perseverança sentida em cada palavra, Ana Fausta Assis de Araújo, de 48 anos, com sua excelente trajetória no Corpo de Bombeiros Militar da Bahia (CMBA), entra para historia a Bahia e do Brasil como primeira mulher tenente-coronel do comando. De uma vida de lutas além de mãe, filha e irmã de um portador de Síndrome de Down, ela é exemplo de empoderamento feminino. Entrou no Corpo de Bombeiros em 1996 e permaneceu até 2002 em unidades operacionais. Depois, foi convidada para cuidar dos cursos de formação de bombeiras femininas. Em 2015, quando os quadros das instituições foram separados, ela escolheu seguir a carreira no comando de onde saiu. 

Assim, foi adquirindo experiência na unidade de orçamento do comando do CBM e passou pelo 1º GBM/Barroquinha, 3º GBM/Iguatemi e 10º GBM/Simões Filho Grupamentos. Atuou na Escola de Formação de Bombeiros e, atualmente, comanda o Grupamento Marítimo da instituição (Gmar), onde criou o projeto ‘Anjinhos da praia’, que educa crianças sobre como se comportar no mar. Com um desempenho singular por onde passou, ela recebeu a promoção com alegria e esperança de que as mulheres podem ocupar cargos e espaços onde quiserem em toda sociedade.

Confira abaixo a entrevista concedida à equipe do Farol da Bahia e mergulhe na historia desse ser humano exemplar. 

Como foi essa descoberta com relação a carreira que queria seguir?

- Estava em casa em um dia normal, já tinha terminado o segundo grau e minha mãe chegou em casa falando concurso da polícia, mas apenas comentou, pois inclusive duvidou que eu faria. Então fui lá, fiz e passei, sou da turma de 1990, entrei com 18 anos e ai começou. Eu jamais iria imaginar que ia gostar, entrei pois minha família era pobre e não tinha como nos sustentar, eu já de maior precisava trabalhar. Quando entrei nem sabia distinguir um soldado de um Coronel. Como não conseguia ficar parada mesmo e foi bem na época de Collor que não havia empregos, eu fui e aqui estou até hoje.

Como foi recebida a notícia da sua atual promoção?

Com muita emoção, o comandante geral valoriza muito o ser humano, quando cheguei ele me designou um desafio e eu fui apta, alcancei as expectativas. Devido ao meu sucesso no processo anterior ele me deu um grupamento para comandar, fui e estou lá a 3 anos. E acredito que desempenhei um bom papel nessa nova fase e como consequência disso e dos resultados que dei novamente ele sugeriu uma promoção ao governador e o mesmo acatou, nomeando-me Tenente-Coronel. 

Após assumir o cargo enfrentou algum desafio ou preconceito por ser mulher ?

Ainda não deu tempo, só tem uma semana. Todos que vem me cumprimentar, vem com felicitações, até agora não recebi nenhuma ofensa ou critica direta. Minha tropa, que está comigo todos os dias, adorou e me apoia muito, eles dizem que é isso o verdadeiro trabalho é esse e que é da maneira que trabalho que a corporação precisava. E minha rede social? Bombo, eu nem sei como vou responder tantos comentários!

Existe diferença na gestão de uma mulher para um homem num cargo como esse?

Acredito que não. Para mim por já estar em um  ambiente trabalhando e discutindo com homens já me torna uma profissional igual. Só que o machismo é de forma velada e não explicita mas eles conhecem minha posição e não tem como bater de frente com isso, a minha situação é cômoda, por mais que algumas pessoas não aceitem internamente, tem que aceitar porque eu trabalho. Trabalho junto com eles. 

Quais pontos que precisam de mais atenção no comando com relação a inserção da mulher na carreira militar ?

Eu preciso de mais mulheres no comando, elas precisam comandar. Não só sub-comandantes , trabalhar com a tropa não é fácil, temos que combater o machismo frequentemente, a gente tem que combater todo tipo de preconceito. Somos pessoas, não me interessa o que você é ou o que escolheu ser. A mulher é mais humanista, por questão cultural, eu tive que trabalhar muitas coisas em mim. Minha filha me ensina muito, principalmente a respeitar mais o outro. 

O que a tenente-coronel deixa de mensagem para as meninas que tem hoje a mesma idade de quando iniciou?

A primeira coisa é estudar, sem conhecimento você não vai para lugar algum. Quem tem conhecimento vai em frente sempre, minha mãe sempre dizia que o conhecimento que você adquiri ninguém tira de você. A segunda coisa, recebeu um não? Continue! Agradeça e vá adiante, agradeça a Deus ou a qualquer coisa que você acreditar. O que fecha o ciclo da vida é com certeza a gratidão.

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