Maia diz que as decisões da Justiça têm que ser respeitadas dentro de democracias

Presidente da Câmara dos Deputados ainda disse que os questionamentos devem ser feitos dentro dos trâmites previstos na Lei

[Maia diz que as decisões da Justiça têm que ser respeitadas dentro de democracias]

FOTO: Agência Brasil

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, falou nesta quinta (28) que as decisões da Justiça têm que ser respeitadas dentro de democracias e que os questionamentos devem ser feitos dentro dos trâmites previstos na Lei e não tentando "intimidar" ou "acuar" outro Poder. Segundo ele, afirmações como a de Jair Bolsonaro nesta manhã - que usou até um palavrão para se colocar contra as decisões recentes Supremo Tribunal Federal (STF) -"estressam" e "esgarçam" as relações entre Poderes e geram insegurança.

"De fato, as declarações hoje são muito ruins. Elas vão exatamente no caminho contrário de tudo o que a gente começou a construir com todos os Poderes juntos, desde semana passada, da reunião com o governadores. Do bom diálogo que o presidente [Jair Bolsonaro] tem com o presidente do Supremo [Tribunal Federal, Dias Toffoli], com o presidente Davi [Alcolumbre, do Senado], e comigo", falou Maia.

Para Maia, o governo passa uma mensagem confusa ao recorrer da decisão pela via oficial e usar um discurso como se não reconhecesse a autoridade da Corte. "É um decisão num caminho e um discurso noutro caminho. O que a gente precisa é compreender que essas divergências de comportamento entre o que faz oficialmente o governo e o que fala o presidente [Bolsonaro] em relação a decisões de outro Poder, elas precisam ter convergência e precisam sinalizar para a sociedade, principalmente neste momento que vivemos de crise sanitária, econômica e social, que nós estaremos focados, preocupados e avançando no caminho de salvar vidas, empregos e renda", avaliou.

Pela manhã, Bolsonaro falou que “as coisas têm um limite" e ressaltou que não se pode falar em democracia sem Judiciário independente e Legislativo independente. "Para que possa tomar decisões, não monocraticamente por vezes, mas são questões que interessam ao povo com um todo, que tomem, mas de modo que seja ouvido o colegiado. Acabou, porra! Me desculpem o desabafo. Acabou. Não dá para admitir mais a atitude de certas pessoas individuais. Tomando de forma quase que pessoal, certas ações”, registrou.

Por outro lado, Maia voltou a defender o diálogo entre os Poderes e pediu "repostas mais fortes" para plataformas que permitem a propagação de informação falsa para desestabilizar a democracia ou atingir pessoas, o que acontece, muitas vezes, com o uso de robôs. Ele sinalizou que se o Senado aprovar a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência (PL 2630/2020), a matéria será colocada para apreciação dos deputados. O texto prevê maior acompanhamento de empresas provedoras quanto ao conteúdo compartilhado, divulgação pública de perfis e mensagens apagadas, bem como atenção especial aos patrocinadores. Para evitar a propagação das chamadas fake news, o projeto ainda coloca um limite para os disparos de uma mesma mensagem, que diminui em períodos eleitorais.


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