Maia esclarece que não pautou 13º do Bolsa Família a pedido do governo
Ontem (17), Bolsonaro acusou Maia de não pautar medida

Foto: Reprodução / Metrópoles
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, negou nesta sexta-feira (18) que tenha sido responsável por deixar caducar a Medida Provisória (MP 898/19) que estabelecia o pagamento de décimo-terceiro salário aos beneficiários do Bolsa Família, segundo Maia, ela não foi pautada por pedido do próprio governo. A fala foi uma resposta à acusação feita por Jair Bolsonaro na véspera (17), durante sua live semanal, em que o presidente da República responsabiliza Maia por não ter pautado a Medida.
"Se hoje o presidente não consegue promover uma melhora do Bolsa Família ou uma expansão do Bolsa Família para esses milhões de brasileiros que ficarão sem nada a partir de 1º de janeiro, a responsabilidade é exclusiva dele. Tem um governo liberal na economia, mas não tem coragem de implementar essa política dentro do governo e do Parlamento", falou Maia.
O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros, confirmou que foi o governo que pediu para que a Medida não fosse votada. "A medida provisória 898 previa o 13º do bolsa família que foi pago em 2019 . O relator senador Randolfe [Rodrigues] incluiu um abono natalino para o BPC no valor de um salário mínimo. Não haviam recursos disponíveis para isso segundo o ministério da Economia. Por isso a MP não foi votada", escreveu Barros no Twitter.
A informação é a mesma dada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, no balanço anual. Guedes admitiu ter recomendado o não pagamento do benefício para evitar um crime de responsabilidade. "Eu sou obrigado, contra a minha vontade, de recomendar que não pode ser dado o 13º salário. É lamentável, mas você tem que olhar, ou comete crime de responsabilidade e fica submetido a um impeachment. Desejaríamos dar o 13º do Bolsa Família, mas é um descumprimento da lei”, explicou o ministro.