Maioria dos governadores convocados para a CPI da Covid busca apoio de Bolsonaro para 2022
Ao menos seis gestores estaduais devem assinar ação no STF para evitar presença na comissão

Foto: Reprodução/Money Times
Enfrentando possíveis cenários de isolamento político em seus estados, a maioria dos nove governadores convocados à CPI da Covid têm buscado apoio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para as eleições de 2022. Apesar do alinhamento, que defendeu investigações contra governantes locais, a expectativa é que ao menos seis desses governadores assinem uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender os depoimentos previstos para a última semana de junho, segundo as informações da colunista do O Globo, Bela Megale.
Cinco dos governadores convocados: Carlos Moisés (Santa Catarina), Ibaneis Rocha (Distrito Federal), Wilson Lima (Amazonas), Marcos Rocha (Rondônia) e Antonio Denarium (Roraima), se elegeram em 2018 como novatos na política, impulsionados pela onda em torno do presidente. Além deles, os governadores do Tocantins, Mauro Carlesse, e do Amapá, Waldez Góes, que não podem concorrer à reeleição, procuram manter boa relação com o Planalto para encaminhar suas sucessões.
Em vídeo divulgado na quinta (27), Carlesse disse estar “à disposição” assim que for chamado. Ibaneis, de acordo com o G1, disse que “pretende contribuir” -- há um mês, o governador do DF disse ter o "prazer de ser apoiador" do presidente. Marcos Rocha, em nota divulgada pelo governo de Rondônia, avaliou que a convocação “será uma excelente oportunidade para tornar ainda mais transparente” a conduta do estado.
Carlos Moisés (PSL), absolvido neste mês em seu segundo processo de impeachment, por conta de suposta fraude na compra de respiradores, classificou sua convocação como “manobra política” e foi rebatido pelo senador governista Jorginho Mello (PL-SC), que o acusou de “oportunismo”. Após se afastar em 2019, Moisés vinha buscando nos últimos meses reconstruir sua relação com Bolsonaro.
Nos períodos de afastamento do governador, aliados de Bolsonaro apoiaram a ascensão ao cargo da vice Daniela Reinehr (sem partido), com quem Moisés rompeu no ano retrasado. Em declaração ao O Globo, Moisés evitou citar Mello diretamente, mas acusou seus adversários de colocarem "o interesse político-partidário à frente do interesse da sociedade". "Sim, penso que desvia a atenção. Existem precedentes do STF declarando inconstitucional esse tipo de convocação. Todos devemos obediência às regras da Constituição", afirmou.


