Mais 1,1 milhões perderam o emprego nos meses de março e abril de 2020, segundo Caged
São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul são os estados mais afetados.

Foto: Reprodução
O Ministério da Economia divulgou nesta quarta-feira (27), os dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que apontam que a queda no número de contratações contribuiu de forma expressiva para o saldo negativo de empregos formais nos primeiros quatro meses do ano.
Em abril do ano passado, o Caged teve saldo de +129.601 postos de trabalho com carteira assinada, resultado de 1.374.628 admissões e 1.245.071 demissões. No mesmo mês de 2020, as contratações ficaram em 598.596 e número de desligamentos chegou a 1.459.099, gerando um resultado de -860.503 empregos.
Ou seja, enquanto as demissões tiveram um incremento de 17,2%, as admissões caíram 56,5% na comparação abril de 2019 com o mesmo mês deste ano. Em valores nominais, São Paulo teve o pior desempenho, com -260.902. O estado é seguido por Minas Gerais (-88.298), Rio de Janeiro (-83.626) e Rio Grande do Sul (-74.686).
De janeiro a abril de 2020, houve 4.999.981 admissões e 5.763.213 demissões no país, com resultado de -763.232. No primeiro quadrimestre de 2019, o Caged registrou 5.529.457 admissões e 5.215.622 demissões, com um saldo positivo de 313.835. Ou seja, as admissões caíram 9,6% e as demissões subiram 10,5% no intervalo de um ano.
Para o governo, se não houvesse a implementação de medidas para manutenção do emprego, como o programa que permite a redução de jornada e de salário de trabalhadores, os dados seriam ainda piores.
— É um número duro, que reflete a realidade de pandemia que vivemos, mas que traz em si algo positivo. Ele demonstra que o Brasil, diferentemente de outros países, está conseguindo preservar emprego e renda. No entanto, pelos mesmo motivos de pandemia, nós não estamos conseguindo manter o mesmo de contratação que mantenhamos outrora — disse o secretário de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Bianco.
O resultado de 2020 é o pior dado para geração de emprego no Brasil desde 1992, quando o país fechou 142 mil postos de trabalho, nesse dois meses.