Mais da metade de negras e negros baianos trabalham sem carteira assinada, aponta Dieese
Dados mostram que rendimento de negros e negras no Nordeste é menor que de não-negros

Foto: Reprodução/Agência Brasília
A pesquisa "A inserção da população negra e o mercado de trabalho", feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), aponta que mais da metade de negras e negros baianos trabalham sem carteira assinada.
O balanço, divulgado nesta sexta-feira (19) mostra que 53% das mulheres negras e 59% dos homens negros na Bahia são autônomos que não contribuem para a Previdência Social, ou atuam como "trabalhadores familiares auxiliares" - definição dada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para quem trabalha auxiliando familiares sem receber remuneração.
Na região Nordeste, a pesquisa indica que 51,3% das mulheres negras sofrem com a subutilização da força de trabalho. Entre as não-negras essa taxa é de 43%. Entre os homens negros, a taxa de subutilização é de 36,4% e para os não-negros fica em 31,1%.
Quando se fala em rendimento médio, as mulheres negras seguem sendo as menos beneficiadas; elas recebem uma média de R$ 1.334,00. As não-negras ganham uma média de R$ 2.060,00. A diferença entre a renda da mulher negra para a não-negra e de 35,25%.
Com relação aos homens, o percentual é semelhante: 35,76%. Homens negros ganham em média R$ 1.540, já os não-negros recebem R$ 2.397.