Mais de 1.600 processos de adoção de crianças são desfeitos no Brasil, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça
Nos processos de guarda provisória, o índice de crianças ou adolescentes que voltaram para abrigos são de 7,9%
Foto: Bruno Peres/Agência Brasil
A cada 100 crianças em guarda provisória de processo de adoção no Brasil, aproximadamente oito tiveram o processo desfeito. Isso representa 1.666 crianças em um período de análise de janeiro de 2019 a outubro de 2023. Esses dados são de um levantamento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão de transparência e controle do Poder Judiciário.
O índice de processos desfeitos após adocão definitiva são bem menores, dos 17.946 processos, apenas 139 crianças e adolescentes, cerca de 0,8% voltaram para abrigos.
O estudo contabilizou 21.080 crianças e jovens em processo de guarda provisória desde 2019, o número representa o percentual de 7,9% em interrupções. Esses jovens foram identificados em unidades de acolhimento, representantes do Poder Judiciário envolvidos em processos adotivos e dados do Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA).
A pesquisa do CNJ pode ser acessada através do endereço. O Sistema Nacional de Adoção foi criado pelo CNJ e traz dados como os perfis de crianças aptas à adoção e dos pretendentes.
Nos dados da pesquisa, não constam as crianças que passam pela chamada “adoção pronta”, casos que costumam ocorrer dentro da própria família, em que o adotante não precisa ter cadastro prévio no SNA. Em alguns casos, os pais biológicos passam a guarda da criança para terceiros sem o conhecimento da justiça.