Mais de 230 crianças e adolescentes foram baleados em Salvador e Região Metropolitana nos últimos três anos
Cerca de cinco crianças e adolescentes são baleados a cada mês, revela mapeamento

Foto: Arquivo/Agência Brasil
Uma média de cinco jovens, entre 0 e 17 anos, são baleados a cada mês em Salvador e Região Metropolitana (RMS). Nos últimos três anos, 232 crianças e adolescentes foram vítimas tiros de arma de fogo nessas localidades.
As informações foram divulgadas nesta terça-feira (16) pela plataforma Futuro Exterminado, que mapeia crianças e adolescentes baleados. A inciativa foi criada pelo Instituto Fogo Cruzado.
A plataforma apresenta as 1.985 crianças e adolescentes baleados desde 5 de julho de 2016 nas quatro regiões metropolitanas mapeadas pelo Fogo Cruzado — do Rio de Janeiro, do Recife, de Salvador e de Belém. Com 232 vítimas, Salvador e RMS concentram 12% dos atingidos.
A ferramenta apresenta um mapa interativo que reúne informações sobre cada criança e adolescente que foi vítima de violência armada desde julho de 2016. Os dados apresentados são nome, idade, local e circunstâncias em que a vítima foi atingida, além de região, período e circunstância.
Dentre as vítimas está Isaías, um adolescente de 14 anos, baleado em 26 de maio deste ano no bairro da Fazenda Grande do Retiro, em Salvador. Segundo moradores da região. O garoto retornava da escola quando foi atingido durante uma operação policial. Ao menos 52 jovens foram baleados durante ações ou operações policiais, representando 22% dos atingidos.
Em outubro deste ano, o Governo do Estado publicou o Plano de Atuação Qualificada de Agentes do Estado (PQUALI), que estabelece metas e ações para reduzir a letalidade policial nos próximos três anos.
“Reconhecer o problema é, invariavelmente, o primeiro passo para resolvê-lo. Não dá para não considerar, porém, as metas tímidas diante da realidade. Ainda que a Bahia alcance o que prevê o PQUALI em termos de redução da letalidade, projetamos mais demil mortos para os balanços anuais dos próximos e isso não é razoável. O plano reconhece a vimitização do público adolescente e jovem como um problema, esperamos que os protocolos saiam do papel e garantam o que esses jovens têm de direito: vida”, avalia coordenadora regional do Instituto Fogo Cruzado na Bahia.


