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Mais de 40 mil crianças e adolescentes perderam a mãe durante a pandemia, diz estudo

Especialistas defendem adoção urgente de políticas públicas de proteção à infância

Por Da Redação
Ás

Mais de 40 mil crianças e adolescentes perderam a mãe durante a pandemia, diz estudo

Foto: Reprodução/Pixabay

Um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), divulgado nessa segunda-feira (26), mostra que 40.830 crianças e adolescentes perderam suas mães por Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, nos dois primeiros anos da pandemia no Brasil.

No levantamento, publicado no periódico Archives of Public Health, da Springer Nature, os especialistas defendem a adoção urgente de políticas públicas de proteção à infância com o objetivo de reduzir os impactos da pandemia na vida de crianças e adolescentes brasileiros.

“Considerando a crise sanitária e econômica instalada no país, com a volta da fome, o aumento da insegurança alimentar, o crescimento do desemprego, a intensificação da precarização do trabalho e a crescente fila para o ingresso nos programas sociais, é urgente a mobilização da sociedade para proteção da infância, com atenção prioritária a este grupo de 40.830 crianças e adolescentes que perderam suas mães em decorrência da Covid-19 nos dois primeiros anos da pandemia”, afirma o pesquisador da Fiocruz Cristiano Boccolini, coordenador do Observa Infância, em comunicado.

“É certo que a morte de um dos pais, em particular da mãe, está ligada a desfechos adversos ao longo da vida e tem graves consequências para o bem-estar da família, afetando profundamente a estrutura e a dinâmica familiar”, afirma Celia Landmann Szwarcwald, pesquisadora do Laboratório de Informação e Saúde do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), em comunicado.

“As crianças órfãs são mais vulneráveis a problemas emocionais e comportamentais, o que exige programas de intervenção para atenuar as consequências psicológicas da orfandade”, completa a pesquisadora.

O levantamento foi feito com base nos óbitos por Covid-19 registrados no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) em 2020 e 2021 e nos dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc) entre 2003 e 2020.

Números

A Covid-19 foi responsável por um quinto de todas as mortes registradas no Brasil (19%) em 2020 e 2021, revela o estudo. O pico da pandemia ocorreu em março de 2021, com quase 4 mil mortes por dia, número superior à média de mortes por dia por todas as causas em 2019.


 

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