"Mais de 6,5 milhões de crianças sírias precisam de ajuda", diz ONU

A Organização das Nações Unidas informou nesta segunda-feira (9), que 6,5 milhões de crianças sírias que precisam de ajuda para sobreviver no momento. O número é considerado recorde desde o início da guerra em 2011. 

Este é o caso da refugiada síria Arkan, de apenas 10 anos. De acordo com a agência, a menina acorda às 6h da manhã e pega uma sacola cheia de pacotes de lenços de papel para vender nas ruas de Trípoli, no Líbano. A família de Arkan fugiu da guerra na Síria para o país vizinho, em 2013.

Arkan passa metade do dia trabalhando como vendedora ambulante e é a mais velha de quatro irmãos. A família da menina, contou, em reunião com a Agência da ONU para Refugiados, Acnur, não ter o suficiente para comer nem dinheiro para comprar medicamentos, sendo que Arkan ganha apenas entre US$ 1 e US$ 2 por dia.

Segundo a Acnur, com crises econômicas nas nações que abrigam esses refugiados e os impactos da pandemia de Covid-19, mais e mais sírios entraram para a pobreza, “criando um nível sem precedentes de miséria desde o início da crise síria, há 11 anos”.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) revelou que “milhões de crianças continuam vivendo com medo e incertezas na Síria e em nações vizinhas". A agência da ONU afirma que mais de 6,5 milhões de crianças na Síria dependem de assistência, sendo este o número mais alto desde o início da crise.

Os dados da agência confirmam que, Somente no primeiro trimestre deste ano, pelo menos 213 crianças foram mortas ou ficaram feridas na Síria. Desde 2011, quando o conflito começou, o Unicef calcula mais de 13 mil menores entre as vítimas.

Em relação aos países vizinhos, quase 5,8 milhões de crianças dependem de assistência. A Unicef afirmou que precisa, com urgência, de  US$ 20 milhões para as suas operações humanitárias em prol desta população, sendo que a agência recebeu até o momento menos da metade do valor necessários para os trabalhos em 2022.