Marcha em Brasília une mulheres negras de todo o Brasil contra o racismo
Movimento completa 10 anos em 2025 e tem como tema "Reparação e Bem-Viver"

Foto: Bruno Peres/Agência Brasil
Milhares de mulheres negras se reuniram em Brasília na terça-feira (25) e caminharam pela Esplanada dos Ministérios durante a tarde. A 2ª Marcha Nacional das Mulheres Negras, realizada sob o lema “Por Reparação e Bem-Viver”, marcou uma década da primeira edição, ocorrida em 18 de novembro de 2015.
A coordenação nacional projetava a participação de até um milhão de mulheres e pessoas negras, do Brasil e de países da América Latina.
A marcha de 2015 tornou-se um marco histórico: estimativas mais difundidas apontam que cerca de 70 mil mulheres caminharam até a Praça dos Três Poderes naquela ocasião.
Dados do Ministério da Igualdade Racial mostram que 60,6 milhões de brasileiras se autodeclaram pretas ou pardas, isto é, aproximadamente 28% da população do país.
A ministra das Mulheres, Márcia Helena Lopes, afirmou que “a luta é por reparação, igualdade racial e igualdade de gênero”.
Participantes de diferentes regiões e faixas etárias compareceram ao ato. Entre elas, lideranças com décadas de militância e jovens mobilizadas por transformação social. Para as organizadoras, o encontro reforça que a pauta das mulheres negras não se limita à sobrevivência, mas reivindica condições de bem-viver - acesso pleno a direitos como moradia, saúde, educação, trabalho, segurança, além do reconhecimento da cultura e da ancestralidade negra.
Propostas apresentadas pelas mulheres negras
As diretrizes articuladas pelo Comitê Organizador da Marcha reafirmam a continuidade de um projeto político construído ao longo de séculos. O movimento retoma os compromissos expostos na Carta das Mulheres Negras de 2015 e reforça a centralidade da reparação histórica e do bem-viver, defendendo o protagonismo e a autonomia das mulheres negras na formulação, implementação e avaliação das seguintes propostas:


