Matérias-primas têm maior alta no atacado desde 1995, diz FGV

A alta pode resultar em novos reajustes de preços ao consumidor

[Matérias-primas têm maior alta no atacado desde 1995, diz FGV]

FOTO: Reprodução/Portal Engeplus

Puxados pelo mercado internacional, os preços em reais das matérias-primas brutas, que incluem minério de ferro, soja, bovinos, por exemplo, deram um salto em janeiro. Em 12 meses, registraram a maior alta da série iniciada em agosto de 1995. Entre fevereiro de 2020 e o mês passado, a cotação em reais dessas matérias-primas no atacado subiu 71,61%, de acordo com os dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV), apurados para o cálculo do Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI).  

“Os preços em alta dessas commodities, que são a base de muitas cadeias de produção da economia, sobrecarregam vários segmentos”, alerta o economista André Braz, coordenador do Índice Preços ao Consumidor da FGV. “É um impacto difuso, porque, no caso das commodities metálicas, pega boa parte da cadeia industrial”, concorda o economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale.

O reflexo direto da escalada das cotações das matérias-primas no dia a dia é mais pressão de custos na indústria, que pode resultar em novos reajustes de preços ao consumidor, como é o caso do arroz, feijão preto, carne e ovo, por exemplo, que subiram 74,14%,54,24%, 22,82% e 10,13%, respectivamente. Os dados são referentes aos 12 últimos meses, até janeiro, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Não é de hoje que a comida tem sido a vilã da inflação. Em 12 meses até janeiro, a alimentação no domicílio acumula alta de quase 20% no IPCA. É um resultado quatro vezes maior do que a inflação geral no mesmo período (4,56%). No mês passado, os preços do grupo alimentação e bebidas no indicador até desaceleraram em relação a dezembro. Mesmo assim, registraram aumento na casa de 1% em apenas um mês. 


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