Média atual de consumo elétrico é a mesma de sete anos atrás, mas o valor da conta é maior

Os números oficiais do consumo de energia elétrica no país mostram uma contradição: se comparado com os anos 2013 e 2014, o consumo energético durante a pandemia de Covid-19 não teve aumento significativo, mesmo com milhões de brasileiros trabalhando em home office. 

Uma das possíveis explicações para isso é que o número de desempregados saltou de 11 milhões em 2019 - período antes da pandemia - para 14,4 milhões durante o cenário pandêmico. Com isso, mesmo estando em casa, os brasileiros precisaram economizar para pagar o preço salgado da conta de energia. 

Mas se o consumo continua o mesmo de de oito anos atrás, porque o valor da conta aumentou? A crise hidroenergética que aumentou o valor das bandeiras tarifárias é uma das justificativas. Há também a diferenciação no cálculo de consumo dependendo do horário de uso.

Os horários de pico, entre 17h e 18h ou às 21h, são os mais caros em kwh. E geralmente nesse horário as pessoas estão consumindo mais energia, principalmente no home office e com outros eletrodomésticos. 

A conta de luz residencial aumento 21,08% nos últimos dozes meses, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto. Mas o cruzamento de dados do órgão ligado ao Ministério de Minas e Energia, o Empresa de Pesquisas Energéticas (EPE), aponta que o gasto residencial médio entre março de 2020 e julho de 2021 ficou em 166,5 kwh. Em comparação com os mesmos 17 meses, só que em 2013 e 2014, bem antes da pandemia e da crise energética que o Brasil enfrenta, o consumo foi de 167,3 kwh. Ou seja, ainda houve queda de 800 watts nos lares brasileiros.