Média móvel de mortes diárias por Covid-19 tem queda de 14%
Especialista especula que explicação seja a "imunidade de rebanho"

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A média móvel semanal de mortes diárias por Covid-19, doença do novo coronavírus, registrou uma queda de 14% e, pela primeira vez, a epidemia dá sinais que está perdendo força no Brasil. Depois de meses em um patamar de mil mortes por dia, o balanço de ontem (1º) fechou com 859 mortes.
O País atualmente possui 122.681 mortes e 3.952.790 casos confirmados pelas secretarias estaduais de saúde. No entanto, os especialistas buscam saber se essa queda vai continuar ou não.
Em entrevista ao O GLOBO, o epidemiologista Paulo Lotufo, professor da Faculdade de Medicina da USP, a resposta é sim, mas diz que há muito pela frente. "Mas sair de um patamar de 1.000 mortes por dia para um de 850 mortes é como estar devendo 1.000 e pagar 150. Ainda resta uma grande dívida a ser paga", disse.
O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) é responsável por publicar dados sobre a tendência da epidemia. O dado mais recente, do final de julho, mostra um excedente de 4.418 mortes por semana em relação ao esperado, baseado na média dos últimos anos. No começo de maio essa disparidade era de mais que o dobro: totalizando 9.353 mortes.
Nos dados de mortalidade, 16 estados apresentaram tendência de queda e três de alta. Os demais permaneciam estáveis.
O médico Alberto Chebabo, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, explica que os dos fatores especulados para explicar a desaceleração da Covid-19 no Brasil é a "imunidade de rebanho", que ocorre quando grande parcela da população já se infectou e ganha um nível de proteção contra novos contágios.
"Pode ser que, em alguns lugares muito atingidos, como Amazonas, Pará e Maranhão, as populações estejam chegando a um percentual alto de imunidade e com isso haja uma disseminação menor dos casos, mas isso não quer dizer ainda que já tenham imunidade de rebanho", disse.


