Mendonça Filho quer convocar ministro para debater sobre fala de Lula sobre TikTok na China
Deputado alegou que pronunciamento de Lula trata-se de uma agressão a Constituição e contra a liberdade de expressão do povo

Foto: Reprodução/Câmara dos Deputados | Ricardo Stuckert/PR
O deputado Mendonça Filho (União Brasil-PE) revelou que, por ser membro da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), vai solicitar a convocação do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, para esclarecer as falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o TikTok, que gerou constrangimentos com o representante chinês.
Segundo o parlamentar, o pedido de Lula, comunicado pela primeira-dama, Janja da Silva, para "discutir a questão digital" relacionada ao TikTok com o presidente chinês, Xi Jinping, configura censura.
Mendonça afirmou que vai apresentar um requerimento para convocar o ministro com o intuito de obter explicações sobre o episódio, que segundo ele trata-se de uma agressão a Constituição e contra a liberdade de expressão do povo.
Entenda o caso
Segundo relatos feitos ao G1, no encontro com o presidente chinês, a primeira-dama teria pedido a palavra para falar sobre como a rede social chinesa TikTok resultou em efeitos "nocivos" para o Brasil. Para ela, o algoritmo da plataforma favorece à direita no país.
A fala de Janja causou um constrangimento e foi interpretada pela primeira-dama da China, Peng Liyuan, como "desrespeitosa em relação ao presidente Xi Jinping".
Durante uma coletiva de imprensa na terça-feira (13), Lula confirmou o episódio com o líder chinês, mas afirmou que a pergunta partiu dele. "Eu que fiz a pergunta, não foi a Janja", disse o presidente.
"Eu perguntei ao companheiro Xi Jinping se era possível ele enviar para o Brasil uma pessoa da confiança dele para a gente discutir a questão digital e, sobretudo, o Tik Tok. E aí a Janja pediu a palavra para explicar o que estava acontecendo no Brasil, sobretudo contra as mulheres e contra as crianças. Foi só isso", continuou.
Na coletiva, Lula demonstrou ter ficado incomodado com o vazamento da conversa. "Alguém teve a pachorra de ligar para alguém e contar uma conversa que teve num jantar em que era uma coisa muito, mas muito confidencial", exclamou.
O presidente também defendeu a primeira-dama. "O fato de a minha mulher pedir a palavra é porque a minha mulher não é cidadã de segunda classe. Ela entende mais de rede digital do que eu e resolveu falar", pontuou.