Mensalidades escolares devem subir mais de 10% em 2023, aponta pesquisa
Previsão é do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo (Sieeesp)

Foto: Ravena Rosa/Agência Brasil
As mensalidades escolares devem subir acima da inflação em 2023, com aumentos de até mais de 10%, quase o dobro da inflação prevista para este ano. A previsão do Sieeesp (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo), com base nas unidades associadas, aponta para um reajuste entre 10% a 12%.
O levantamento nacional do Grupo Rabbit, consultoria especializada em educação, indica um aumento médio da mensalidade para 2023 de 11%. De acordo com a última pesquisa Focus do Banco Central, é quase o dobro da inflação oficial prevista para 2022 (5,91%), medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPCA).
Outro levantamento realizado pela Meira Fernandes, empresa de gestão e soluções de ensino, com mais de 70 instituições espalhadas em cinco estados, apontou que mais da metade dos colégios (63%) pretende aumentar acima de 10% o valor da mensalidade em 2023, com quase 3 em cada 10 sinalizando um reajuste de 12% ou mais.
Lei
Não existe teto para o reajuste, e cada escola tem autonomia para definir as mensalidades. Pela lei, o valor só pode aumentar uma vez ao ano. Não pode haver nenhuma alteração adicional.
A legislação estabelece, porém, que o novo valor deve estar de acordo com as despesas da escola. Ou seja, a instituição escolar tem o dever de explicar aos pais o motivo do aumento da mensalidade e apresentar as planilhas de custos.
Justificativa do aumento
Crescimento da inadimplência, endividamento e maiores gastos durante a pandemia são fatores citados pelas instituições para justificar os reajustes.
Entre os itens que mais influenciam nas mensalidades, estão os salários de professores e funcionários. Neste ano, o reajuste salarial dos professores de São Paulo foi de 10,57%, diz Mabely Meira Fernandes, diretora da Meira Fernandes.
Segundo a consultoria, a inadimplência média nas escolas deve ficar em torno de 7,86% em São Paulo em 2022.
Pandemia
As escolas sofreram na pandemia e tiveram de conter reajustes para não perder alunos e ainda realizaram diversos investimentos para adaptar toda a educação a distância.
"Não existe escola com boa formação pedagógica sem dinheiro, e a fonte de financiamento que a escola tem é a mensalidade", diz Benjamin Ribeiro, presidente do Sieeesp.
O presidente do sindicato afirma, porém, que não é aconselhável que gastos com investimentos em infraestrutura e tecnologia, por exemplo, sejam automaticamente repassados na mensalidade, e sim diluídos em alguns anos.


