Mercado regulado de bets gerou cerca de R$ 9 bilhões em arrecadação ao governo em 2025
Associações que representam bets autorizadas defendem ações do governo contra bets ilegais, que somam 40%

Foto: Bruno Peres/Agência Brasil
O mercado regulado de bets brasileiro, responsável por gerar recursos aos cofres do governo, impulsionar o patrocínio aos clubes de futebol, e criar oportunidades de empregos formais, aparece entre os cinco maiores faturamentos em apostas no mundo.
As informações foram divulgadas por um levantamento da consultoria internacional Regulus Partners, que revelou que os valores gerados pelo esquema de apostas reguladas no Brasil só fica atrás dos Estados Unidos, Reino Unido, Itália e Rússia.
Ao todo, o faturamento das bets somou R$ 32,2 bilhões no acumulado de 2025 no saldo entre o valor recebido em apostas e os prêmios pagos. Dados do setor ainda indicam a criação de 10 mil empregos diretos e 5,5 mil indiretos.
Até o mês de outubro, foram arrecadados R$ 7,95 bilhões com impostos federais sobre o setor, incluindo os 12% das destinações legais sobre a receita bruta dos jogos, chamada de GGR, que somaram R$ 3,3 bilhões, fora outorgas e taxa de fiscalização.
Uma pesquisa da LCA Consultoria Econômica e da Cruz Consulting revela que a receita arrecadada pode chegar a R$ 9 bilhões, caso seja considerado os impostos municipais. O valor da arrecadação deve aumentar nos próximos anos, devido a aprovação da lei que eleva a taxação sobre o GGR para 15% em 2028, com aumento de 1 ponto percentual a cada ano.
O presidente da Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL), Plínio Lemos Jorge, acredita que a expectativa de aumentar a arrecadação com bets pode favorecer plataformas ilegais e diminuir o mercado regular. Estimativas do setor, calculadas pela LCA, indicam que o lucro das bets ilícitas varia de 41% a 51% no mercado.
O governo aponta a necessidade de aumentar a tributação nas apostas para pagar os custos gerados pelos jogos, inclusive o combate ao transtorno de saúde mental caracterizado pelo impulso incontrolável de jogar ou apostar, chamado de ludopatia.
Combate às bets irregulares
Associações que representam bets autorizadas criticam as ações do governo e opinam que o principal foco deveria ser para derrubar empresas piratas, que representa ao menos 40% do mercado de apostas no país, o que renderia aumento da arrecadação. A LCA ainda estima que a redução de 5 pontos percentuais na arrecadação do mercado irregular faria o lucro das bets regulares saltar de R$ 870 milhões a R$ 1,1 bilhão em termos anuais.
As principais medidas para combater o mercado "pirata" seria a derrubada de sites irregulares, e a fiscalização de bancos e fintechs que impulsionam o dinheiro ilícito e a retirada de publicidade ilegal.
A Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA) destaca que entre 93 processos de fiscalização, 77 estão em trâmite para aplicação de sanções. Cerca de 36 bancos e fintechs realizaram 801 comunicações à SPA relacionadas a 1.687 pessoas com indícios de efetuar transferências de recursos para bets não autorizadas. Com isso, 483 contas foram encerradas, sendo 209 já identificadas como ilegais e as demais ainda estão em análise.
Cerca de 25 mil sites ilegais foram retirados do ar em parceria com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), desde outubro de 2024. Enquanto 2.689 perfis de influencers e mais 210 publicações foram removidos.


